Ninho de vespas
D esafortunadamente a preservação dos valores e cânones éticodesportivos deu com “os burrinhos na água”. Expressões proferidas no decorrer ou após os jogos, quando emoções e adrenalina estão no máximo, são consideradas indício de objetiva interferência em factos posteriormente verificados. Chegámos a um tempo em que, qual premonição, emitir opinião sobre fraca apetência ou competência de alguém, cuja qualificação final se revela negativa, passou a intervenção marginal. Ao longo de minha carreira, militando nas divisões superiores, não raras foram as ocasiões em que ouvi responsáveis de clubes dizerem: “Assim, não tens grande futuro! Vais direitinho às distritais.” Invariavelmente retorquia: “Foi de lá que vim, para lá regresso!” Outras vezes, diziam-me: “Continuando assim, vais longe, vais, vais!” Estes acertaram. Pela arbitragem, seguramente contra a vontade deles pois o proferido, supostamente positivo, prognosticava o inverso, estive na América do Norte e do Sul, quatro cantos da Europa, Médio Oriente, África do Norte e Ocidental. Não significa, porém, desconhecer ações perniciosas e mãozinhas malandras na elaboração de classificações finais. Como explicar que nos finais dos idos 90, um árbitro apontado, em março, à descida de divisão tenha, após conversa “pé de orelha” com alto dirigente da Liga, dizendolhe quão disposto estaria a botar palavra para comunicação social, sido primeiro no
final da temporada? Investigar intromissão nas classificações com base em expressões depreciativas ou pretensamente qualificadoras de fraco nível exige saber, aprofundar e analisar, muito, promoções e despromoções de últimos anos e como foi possível
filiados ainda não terem dirigido jogo da primeira categoria serem indigitados para internacionais. Falar sobre o tema é, indubitavelmente, atirar lança incendiária para ninho de vespas.
Ouvi responsáveis de clubes dizerem-me: “Assim, não tens grande futuro! Vais direitinho às distritais.”