“Levamos para o campo o espírito de uma final”
O treinador do Benfica garante que “o passado é história” e que a sua equipa, tal como o Boavista, já não é a mesma que perdeu no Bessa na primeira volta
Na opinião do técnico das águias, é impossível perceber neste momento em que jogo serão ganhos ou perdidos os pontos mais decisivos. “Todas as equipas causam problemas e são importantes”, avisa
O Benfica é o primeiro candidato ao título a entrar em campo na jornada 23 e Rui Vitória, na antevisão da receção de hoje ao Boavista, fez questão de tecer elogios à equipa orientada por Jorge Simão, a mesma que, na metade inicial do campeonato, travou as águias no Bessa com uma vitória por 2-1. Na análise ao que espera da reedição do combate, o treinador dos encarnados deixou avisos para uma equipa “que sabe defender e sair bem para o contraataque”, argumentos no topo das preocupações da estratégia do Benfica esta tarde. Que antevisão faz da receção ao Boavista? Está surpreendido com o sexto lugar ocupado pela equipa
no campeonato? —Sei que vai ser um jogo exigente, onde vamos defrontar o sexto classificado, que está a fazer uma boa campanha. O trabalho do Jorge [Simão] tem vindo a dar frutos, embora não com a regularidade que ele desejaria. Será um jogo que nos obrigará a ser uma equipa forte e competente, pois enfrentaremos um adversário que sabe defender e sair bem para o contra-ataque e que nos pode causar problemas, se não controlarmos essas virtudes. Da nossa parte, sabemos que estamos a atravessar um bom momento, que iremos jogar perante 60 mil benfiquistas que, quando estão envolvidos, são importantíssimos. Para nós, porque nos dão mais motivação, e para o adversário, porque lhe tornam as coisas mais difíceis. O Boavista tem qualidade e ambições, mas nós queremos ganhar. No jogo do Bessa, o Benfica perdeu 2-1 e na Luz, na época passada, também sofreu três golos (3-3). Isso serão sinais de alerta? —Os jogos têm sempre alertas e nós, com todos os adversários, temos sempre a noção da forma como nos podem causar problemas, seja o Boavista ou o Portimonense, na semana passada. Mas o passado é história, as equipas que jogaram na primeira volta estavam num contexto, num estado de espírito diferente, e eu olho muito para o momento. Já não podemos fazer nada, nem ir buscar pontos lá atrás. Penso que o Boavista virá jogar à Luz da mesma forma que tem jogado noutros campos, sabendo ter a bola nalguns momentos. Este é o jogo que importa. Sente que este campeonato será decidido nos confrontos entre os grandes ou nos jogos com as equipas mais pequenas? —Lembrem-me de dois ou três campeonatos seguidos em que se possa dizer que foi por um ou outro motivo... Umas vezes, num ano, prevalece mais um aspeto, no outro um diferente. Não estou muito preocupado se é o Boavista, o Portimonense, o Sporting, o Braga, todas as equipas nos causam problemas e são importantes. O nosso lema é ir jogo a jogo, sendo cada um deles uma final. E para se preparar uma final, levamos esse estado de espírito para a cabina, para o próprio jogo. Nunca sabemos qual será o jogo importante deste campeonato, exceto no final, onde podemos ver onde ganhámos aquele pontinho.
“Estamos a atravessar um bom momento. O Boavista tem qualidade, mas nós queremos ganhar” Rui Vitória Treinador do Benfica