O Jogo

“É uma pressão desnecessá­ria”

Antigo dirigente votará a favor da alteração estatutári­a, mas deixa um reparo ao presidente

- RUI MIGUEL GOMES

Advogado entende que a sua posição, partilhada por muitos sportingui­stas, é “incómoda”, dado que não concorda com as alterações nos estatutos, mas pretende a continuida­de de Bruno de Carvalho

Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral e ex-candidato à presidênci­a do Sporting, admite a O JOGO que se sente “numa posição incómoda” no momento de ser chamado a votar uma alteração estatutári­a que “neste momento é totalmente desnecessá­ria”, na sua perspetiva. O advogado, consideran­do queé“forte usar o termo chantagem” para caracteriz­ar as palavras e a posição de Bruno de Carvalho, entende que o presidente do emblema verde e branco está a fazer “uma pressão desnecessá­ria e sem fundamento” sobre os associados.

O antigo dirigente leonino, porém, faz questão de deixar claro que o mais importante é que “os órgãos sociais se mantenham em funções”. “Espero que a assembleia corra bem e que não resulte em nenhuma alteração dos atuais órgãos sociais. Espero que sejam aprovados os pontos da ordem de trabalhos. A choque este problema foi criado desnecessa­riamente nesta altura. A alteração estatutári­a podia ser feita em qualquer altura, menos nesta. Em plena época desportiva, não faz sentido. Estou confrontad­o com uma realidade com a qual não concordo, mas sobre a qual tenho de tomar uma decisão. E essa dec is ãoéin equívoca, vou votarna continuida­de dos órgãos sociais, mesmo que para isso tenha de votar em coisas com as quais não concordo”, disse, especifica­ndo: “Não concordo com as alterações estatutári­as. Para mim, como jurista e sportingui­sta, acho que são questões para serem tratadas com um certo cuidado, no sítio e no tempo próprios.Éa primeira vez que vou fazer isto na vida e espero que seja a última. Entendo que o interesse do Sporting passa por colocar de lado o acessório, o essencial é que os órgãos sociais se mantenham. Tenho discordado do presidente em questões de forma, mas nas de fundo estou totalmente de acordo com ele. Há muitos sportingui­stas que vão ter a mesma posição que eu e essa posição é incómoda. O termo é forte, mas fez neste momento uma pressão que entendo como desnecessá­ria e sem fundamento. Tudo por causa de meia dúzia de pessoas. Por causa dessas pessoas não se podem estar a pressionar os sócios todos, obrigá-los desta forma.”

Dias Ferreira remata precisamen­te com um balanço global do que tem sido o mandato de Bruno de Carvalho como presidente do Sporting, depois de ter sido um dos opositores no primeiro sufrágio a que o gestor se submeteu, em 2011. “O trabalho tem sido muito positivo: o futebol, as modalidade­s, a gestão financeira, o pavilhão e o que depois de cinco anos passou de mal a bem. Não é por causa de uma alteração estatutári­a que deve cair tudo por terra”, concluiu.

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Dias Ferreira vota pela continuida­de do presidente

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