Kequyen acabou abraçado a Pita
Português superou a celebridade de Tonga e na corrida de cross country os últimos foram os... mais célebres
Kequyen Lam aponta para Pita Taufatofua no final da prova Suíço Dario Cologna conquistou o quarto título olímpico no cross country, mas repartiu atenções com os últimos, pois entre eles estava o homem que melhor encarna o espírito olímpico
Kequyen Lam, o farmacêutico português nascido em Macau,mastendopaisvietnamitas e vivendo agora no Canadá, tinha o objetivo de terminar os 15 km estilo livre em esqui de fundo, assinalando pela positiva a sua estreia nos Jogos Olímpicos, mas a prova de PyeongChang forneceulhe outro aliciante: partindo um minuto depois de Pita Taufatofua, podia ultrapassar o mais famoso dos 119 presentes. Missão cumprida! O português de 38 anos foi 113.º e chegou 1m07s antes do atleta de Tonga, que, por sinal, foi 114.º e antepenúltimo entre os que terminaram.
Pode parecer heresia esquecer-se Dario Cologna, suíço que conquistou um quarto título olímpico no cross country, mas basta googlar nomes para perceber que Pita tem mais do dobro da popularidade e isso justificava a espera dos jornalistas, que dedicaram ao grupo dos últimos atenções ao níveldeEddie“Águia”Edwards e do bobsleigh da Jamaica nos Jogos de Calgary, em 1988. Além da popularidade, ganha ao desfilar de tronco nu tanto na abertura dos Jogos do Rio’16 como nos da Coreia do Sul, há uma semana, o atleta de Tonga tem uma maneira de ser especial: abraçou o português, o marroquino Azzimani e o colombiano Uprimny e todos juntos esperaram o mexicano Madrazo, que foi último.
“Prefiro terminar no fim, junto dos meus amigos, a correr sozinho no meio. Lutámos juntos, acabámos juntos”, atirou Taufatofua,deixandoumapromessa: depois do taekwondo no Rio’16 e do esqui de ontem, tentará ir a Tóquio’2020, “mas numa modalidade de água”.