O Jogo

ESTE DRAGÃO NÃO É DADO A DEPRESSÕES

GOLEADA Resposta autoritári­a ao pesadelo sofrido a meio da semana e de novo na liderança da I Liga. Soares bisou e ninguém se lembrou que Aboubakar está de baixa

- Textos CARLOS GOUVEIA

Noite de gala no regresso de Casillas à baliza. Sérgio Oliveira marcou aos dois minutos e abriu o caminho a mais uma goleada. Rio Ave quis sempre jogar, mas raramente soube o que fazer à bola

Nem foi preciso sentarem-se no divã... Este FC Porto não é dado a depressões e acordou do pesadelo europeu num ápice. A cura começou no primeiro remate à baliza de Cássio – Sérgio Oliveira marcou aos 2’ – e terminou na última tentativa, confirmada pelo VAR, que fechou a goleada. Resposta autoritári­a do líder do campeonato a retribuir o “colinho” dado pelos adeptos no final do jogo com o Liverpool. Aboubakar está de baixa? Soares resolve. O brasileiro bisou, fez uma assistênci­a e partilhou o palco com um Alex Telles que continua a fazer miséria com tanta qualidade nos cruzamento­s.

Depois da quarta-feira negra, ou de cinzas, em que tudo o que podia correr mal correu ainda pior, agora aconteceu o contrário e o jogo foi resolvido cedo. Qual seria a reação do FC Porto à humilhação europeia? A pergunta para um milhão de euros começou a ser respondida no primeirore­mateàbaliz­adeCássio. Brahimi deu profundida­de na esquerda, Alex Telles meteu na área, onde Soares recebeu mal, mas deixou a bola “redonda” para Sérgio Oliveira atirar colocado. Nem deu tempo para a equipa se sentar no divã. Ao segundo remate, bola na barra; ao terceiro, Marcelo salvou em cima da linha; ao quarto, o 2-0: canto de Alex Telles para um bom movimento de Soares, a fugir a Nélson Monte antes de cabecear para o fundo das redes. Ainda nem sequer tínhamos chegado à meia hora e já não restavam dúvidas: o resultado da Champions não teria qualquer reflexo no campeonato. Ou melhor, teve, mas apenas reflexos positivos.

Tudo foi diferente. A eficácia, a confiança e a agressivid­ade: aos 27’, o FC Porto já tinha feito tantas faltas como na Champions. O Rio Ave manteve-se fiel à sua identidade, nunca queimou tempo, nem abdicou de sair a jogar a partir do seu guarda-redes e até terminou com mais posse de bola (53%), só que raramente soube o que fazer com ela nos pés e tantas vezesficou­semelaaind­anoseu primeiro terço, por causa da pressão dos portistas. Casillas, de volta ao onze, só na segunda parte foi obrigado a sujar as luvas, em dois remates de longe de João Novais e noutro de Francisco Geraldes.

Mesmo sem acelerar muito o jogo, o FC Porto ia sufocando o Rio Ave e o terceiro golo surgiu com naturalida­de, mas também com a ponta de sorte que faltava para confirmar que tudo era inversamen­te proporcion­al ao Liverpool. Marega foi desmarcado por Brahimi na área, sobre a esquerda, e tentou cruzar a meia altura, com a bola a desviar em Marcelo e a trair Cássio.

3-0aointerva­loeaplatei­arendida. Sérgio Conceição não se limitou a trocar de guarda-redes. Maxi ocupou a vaga do lesionado Ricardo e Corona saltou para o onze no lugar de Otávio, voltando a equipa ao 4x2x4 que mais se tem visto no Dragão esta época. Havia profundida­de mas também poder de fogo no corredor central. Miguel Cardoso repetiu o onze que tinha ganho confortave­lmente ao Marítimo, mas ontem nem cócegas fez. O melhor que conseguiu foi no primeiro quarto de hora da segunda parte, em que a vantagem levou a que os portistas baixassem o ritmo, que, por si, já não era muito elevado. Mas sempre com remates de longe.

O FC Porto, por outro lado, mantinha a eficácia e engordou a conta. Primeiro, nova assistênci­a de Alex Telles para o 17.º golo de Marega no campeonato. A fechar, a polémica da praxe: Hernâni penetra na área e parece travado em falta, Xistra nada assinala, Maxi aproveita a bola perdida e cruza para Soares confirmar o quinto golo em cima da linha. Só que o auxiliar levantou a bandeira e teve de ser o VAR a reverter essa decisão.

 ??  ?? Diogo Dalot estreou-se na I Liga
Diogo Dalot estreou-se na I Liga
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal