O Jogo

RESSACA EUROPEIA DÁ ÓPERA DE GALA

Um Braga humilhado em Marselha foi tudo menos tenro para o rival V. Guimarães. Com mais posse de bola e velocidade, os arsenalist­as transforma­ram numa goleada os deslizes contrários

- Textos PEDRO ROCHA

Limitado pela ausência, por lesão, de Raphinha, o V. Guimarães jogou cerca de uma hora em inferiorid­ade numérica. O Braga mostrou saúde e alcançou a maior goleada no D. Afonso Henriques na Liga

Há angústias incomparáv­eis e odérbi entre o V. Guimarães e o Braga foi mais do que concludent­e. Mesmo a lamberem as feridas provocadas por uma noite europeia para esquecer, diante do Marselha, os bracarense­s foram superiores a todos os níveis ao eterno rival e trataram de afagar o ego com uma goleada inédita no Estádio D. Afonso Henriques, desde que os dois clubes se cruzam no principal campeonato português. Com este andamento, não há quem os alcance no quarto lugar e o pódio até poderá tornar-se nesta segunda volta em algo mais do que uma agradável paisagem. Muito intermiten­te nesta temporada e demasiado afastada dos lugares europeus, a equipa comandada por Pedro Martins aindad eu umarzinho da sua graça,à boleia das diabrurasd eH el don, masàpassag­emd oprime iro quarto de hora o marcador já era favorável aos visitantes, reflexo de uma espécie de “brinde” de Rafael Miranda que já não se tolera em jogos de juvenis. Vukcevic agradeceu, deu para Dyego Sousa e o avançado disparou como um foguete para silenciar os adeptos da casa.

Semelhante correria fez com que o brasileiro se lesionasse, acabando por ser substituíd­o, mas o Braga continuou igual, remendado com Hassan ou mesmo cada vez melhor, ao mesmo tempo que o Vitória revelava sérios problemas defensivos, atirando para segundo plano a importânci­a da ausência inesperada de Raphinha, devido a uma entorse no joelho esquerdo. De pé a fundo no acelerador e sem concederem grandes espaços ao adversário, os arsenalist­as eram donos e senhores do jogo e Matheus só seria parcialmen­te importunad­o por Vigário, num lance em que o lateral tirou, sem querer, um centro-remate. O ponto zénite do mau posicionam­ento defensivo do Vitória aconteceri­a pouco depois, com Wakaso como protagonis­ta. Lento e sem noção do espaço, deixou que Wilson Eduardo ganhasse posição em zona proibida e emendou o erro da pior forma possível, derrubando o bracarense. O árbitro, com a ajuda do videoárbit­ro, entendeu que a falta terá sido cometida já dentro da área e, de repente, os visitados sofriam, de penálti, mais um golo e passavam a jogar em inferiorid­ade numérica, como consequênc­ia da expulsão do médio ganês.

Tudo corria mal à esquadra vitoriana, tão mal que ao intervalo o resultado (não o “score”, esclareça-se) já estava praticamen­te sentenciad­o. A pressão dos bracarense­s espalhava-secomo um veneno por todos os sectores do relvado e Sturgeon acabaria por refletir isso mesmo, com um mau alívio, aproveitad­o, num belo remate de meia distância, por Vukcevic. Refrescado pelos regressos de Raúl Silva, Marcelo Goiano, Jefferson, André Horta, Ricardo Horta e Wilson Eduardo, aquele Braga cheirava a novo, não dava mostras de qualquer fadiga e, por isso, fez questão de carregar no ataque no segundo tempo. Do outro lado, o Vitória via-se metido num dilema sem solução: recuar para fechar espaços ou arriscar tudo, metendo gente na frente como se não houvesse amanhã? Faltavam bons intérprete­s, faltava discernime­nto e continuava­m a sobrar erros. Os golos de Wilson Eduardo e Esgaio não soaram por isso a exageros e até Xadas, já na ponta final, poderia ter agudizado aquele escândalo.

 ??  ?? Por cinco vezes, os bracarense­s fizeram a festa no relvado do D. Afonso Henriques. Algo assim só nos anos 50
Por cinco vezes, os bracarense­s fizeram a festa no relvado do D. Afonso Henriques. Algo assim só nos anos 50
 ??  ?? João Afonso (à esquerda) tenta roubar a bola a Hassan
João Afonso (à esquerda) tenta roubar a bola a Hassan
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