RESSACA EUROPEIA DÁ ÓPERA DE GALA
Um Braga humilhado em Marselha foi tudo menos tenro para o rival V. Guimarães. Com mais posse de bola e velocidade, os arsenalistas transformaram numa goleada os deslizes contrários
Limitado pela ausência, por lesão, de Raphinha, o V. Guimarães jogou cerca de uma hora em inferioridade numérica. O Braga mostrou saúde e alcançou a maior goleada no D. Afonso Henriques na Liga
Há angústias incomparáveis e odérbi entre o V. Guimarães e o Braga foi mais do que concludente. Mesmo a lamberem as feridas provocadas por uma noite europeia para esquecer, diante do Marselha, os bracarenses foram superiores a todos os níveis ao eterno rival e trataram de afagar o ego com uma goleada inédita no Estádio D. Afonso Henriques, desde que os dois clubes se cruzam no principal campeonato português. Com este andamento, não há quem os alcance no quarto lugar e o pódio até poderá tornar-se nesta segunda volta em algo mais do que uma agradável paisagem. Muito intermitente nesta temporada e demasiado afastada dos lugares europeus, a equipa comandada por Pedro Martins aindad eu umarzinho da sua graça,à boleia das diabrurasd eH el don, masàpassagemd oprime iro quarto de hora o marcador já era favorável aos visitantes, reflexo de uma espécie de “brinde” de Rafael Miranda que já não se tolera em jogos de juvenis. Vukcevic agradeceu, deu para Dyego Sousa e o avançado disparou como um foguete para silenciar os adeptos da casa.
Semelhante correria fez com que o brasileiro se lesionasse, acabando por ser substituído, mas o Braga continuou igual, remendado com Hassan ou mesmo cada vez melhor, ao mesmo tempo que o Vitória revelava sérios problemas defensivos, atirando para segundo plano a importância da ausência inesperada de Raphinha, devido a uma entorse no joelho esquerdo. De pé a fundo no acelerador e sem concederem grandes espaços ao adversário, os arsenalistas eram donos e senhores do jogo e Matheus só seria parcialmente importunado por Vigário, num lance em que o lateral tirou, sem querer, um centro-remate. O ponto zénite do mau posicionamento defensivo do Vitória aconteceria pouco depois, com Wakaso como protagonista. Lento e sem noção do espaço, deixou que Wilson Eduardo ganhasse posição em zona proibida e emendou o erro da pior forma possível, derrubando o bracarense. O árbitro, com a ajuda do videoárbitro, entendeu que a falta terá sido cometida já dentro da área e, de repente, os visitados sofriam, de penálti, mais um golo e passavam a jogar em inferioridade numérica, como consequência da expulsão do médio ganês.
Tudo corria mal à esquadra vitoriana, tão mal que ao intervalo o resultado (não o “score”, esclareça-se) já estava praticamente sentenciado. A pressão dos bracarenses espalhava-secomo um veneno por todos os sectores do relvado e Sturgeon acabaria por refletir isso mesmo, com um mau alívio, aproveitado, num belo remate de meia distância, por Vukcevic. Refrescado pelos regressos de Raúl Silva, Marcelo Goiano, Jefferson, André Horta, Ricardo Horta e Wilson Eduardo, aquele Braga cheirava a novo, não dava mostras de qualquer fadiga e, por isso, fez questão de carregar no ataque no segundo tempo. Do outro lado, o Vitória via-se metido num dilema sem solução: recuar para fechar espaços ou arriscar tudo, metendo gente na frente como se não houvesse amanhã? Faltavam bons intérpretes, faltava discernimento e continuavam a sobrar erros. Os golos de Wilson Eduardo e Esgaio não soaram por isso a exageros e até Xadas, já na ponta final, poderia ter agudizado aquele escândalo.