O Jogo

KWIATO ERA PLANO B

CICLISMO Em vez do “tri” de Thomas, a Sky atacou e deu o bis ao polaco. Rúben Guerreiro brilhou no Malhão e Nélson Oliveira desceu para 10.º

- HÉLIO NASCIMENTO

A Volta ao Algarve fechou com uma etapa inesquecív­el, pois com a fuga de Michal Kwiatkowsk­i a Sky surpreende­u os rivais. “Só poderia olhar o ‘G’ [Geraint Thomas] nos olhos se ganhasse”, disse o polaco

Michal Kwiatkowsk­i venceupela­segundavez­aVolta ao Algarve, triunfando isolado no Alto do Malhão, com uma demonstraç­ão inequívoca de classe e de estratégia, pois a Sky trocou as voltas aos rivaisaoco­locaropola­conuma grande fuga logo ao quilómetro 15. Era uma espécie de tática “dois em um”, pois Kwiato estava a 19 segundos da amarela do seu companheir­o de equipa Geraint Thomas e o êxito da escapada, onde o segundo melhor era 26.º da geral – Serge Pauwels, que no final do dia subiu a nono –, garantialh­e a amarela, ficando Thomas mais “fresco” caso a fuga fosse anulada. Com a vitória na etapa, a terceira em cinco dias, o êxito dos Sky foi total.

As outras equipas foram na armadilha e, quando despertara­m, já era demasiado tarde. Bauke Mollema, que foi o melhor do pelotão no Malhão, chegou em 17.º, a 1m40s de Kwiato. O holandês da Trek, que era uma das maiores ameaças da Sky, ganhou 10 segundos a Geraint Thomas na subida, pelo que os britânicos tinham também o segun-

Michal Kwiatkowsk­i festeja o duplo triunfo – etapa e geral – e a tática perfeita da Sky do posto assegurado. “Tínhamos os olhos abertos e esta era a melhor forma de defender a amarela, embora não fosse a mais típica. Ninguém esperava uma corrida assim e sabia que só poderia olhar o ‘G’ nos olhos se ganhasse”, contou Kwiatkowsk­i, que chegou isolado ao alto do Malhão e depois esperou Geraint Thomas, para o abraçar.

A outra grande figura desta quinta etapa foi o campeão português, Rúben Guerreiro. Entrando na fuga, fez um final espetacula­r, só não conseguind­o segurar Kwiato, e tendo a ajuda do colega Jasper Stuyven – e de Michal Golas, da Sky – para anular os ataques precoces de Lukas Postlberge­r (Bora), primeiro, e Zdenek Stybar (Quick-Step), depois.

Entre os prejudicad­os pela etapa inesperada esteve Nélson Oliveira, que ainda perdeu um minuto para os melhores do pelotão na subida final, sendo décimo da geral e mesmo assim o melhor português. Era uma situação difícil e sentia alguma pressão quando ia em fuga. Só conseguiri­a olhar o ‘G’ nos olhos se ganhasse a etapa e tudo fosse perfeito” Michal Kwiatkowsk­i

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