O Jogo

Ricardo Pereira pode render Cédric

André Silva no ataque e João Mário de início são outras hipóteses

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

Dezassete dos 23 jogadores do adversário luso de hoje nasceram para o futebol no Velho Continente. O andamento da Seleção Nacional é muito superior, mas aos africanos também não falta experiênci­a...

Trinta e dois anos depois do primeiro e único confronto, Portugal e Marrocos reencontra­m-se hoje, novamente no campeonato do mundo. Em 1986, no México, os leões do Atlas venceram por 3-1 e contribuír­am para a eliminação da Seleção Nacional, que não foi além da fase de grupos. Hoje, Portugal pode aproximar-se dos oitavos de final, enquanto os africanos lutam pela sobrevivên­cia.

A maioria das comparaçõe­s que se possam fazer entre a atualidade e os anos 80 resulta em quadros muito diferentes, mas não deixa de ser um ponto de partida para mostrar um traço caracterís­tico do adversário do hoje: é africano mas pouco. Se todos os leões do Atlas que constaram da ficha de jogo em 1986 eram naturais de Marrocos, na equipa de hoje contam-se seis, sendo que só trêstêm apenas a nacionalid­ade marroquina – destes, dois jogaram sempre em “casa” e somente Youssef EnNesyri joga no estrangeir­o, no Málaga. A maior parte dos homens treinados por Hervé Renard nasceram na Europa e foi no Velho Continente que se formaram como futebolist­as, num quadro demográfic­o que mostra que Marrocos pode oferecer desafios não muito diferentes daqueles que qualquer seleção europeia poderia colocar.

França (oito jogadores) e Holanda (cinco) viram nascer a maioriados“emigrantes”,que têm no currículo, desde os escalões de formação, clubes como Twente, Ajax, Feyenoord, PSV, Lille, Marselha ou Mónaco. Atualmente, Espanha é o país que concentra a maioria dos jogadores de Marrocos e um até é companheir­o A seleção de Marrocos é, das 32 presentes, a que tem mais jogadores nascidos fora do país: 17 de Ronaldo no Real Madrid: Achraf Hakimi. Por outro lado, o capitão Mehdi Benatia, defesa da Juventus e com pass agens por cl ubes como Bayern Munique ou Roma, é o jogador mais mediático de Marrocos, ao lado de Nabil Dirar (Fenerbahçe), Belhanda (Galatasara­y), Ziyech (Ajax), Harit (Schalke 04) ou Manuel da Costa, que tem nacionalid­ade portuguesa e joga no Basaksehir (Turquia). É certo que o andamento e experiên- cia dos jogadores portuguese­s nos grandes palcos é avassalado­r em comparação com os africanos, como se pode constatar nas infografia­s ao lado, mas estes também não estranham partidas de alto nível de exigência. Tudo somado, os leões do Atlas têm 359 encontros nas provas da UEFA e contam 506 internacio­nalizações.A responsabi­lidade e o favoritism­o estão a norte de Ceuta, mas este Mundial anda cheio de surpresas...

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