HÁ FESTA MESMO À FALTA DE CERVEJA
Na capital russa, portugueses e marroquinos, em maior número, afinaram vozes para o encontro de hoje. Mas houve quem se queixasse...
Adeptos de todas as nacionalidades juntaramse na Praça Vermelha. Os portugueses estavam em desvantagem, mas provaram que não importa serem poucos, desde que sejam bons
Os jogadores de Portugal e de Marrocos só entram hoje em ação, mas os adeptos dos dois países fizeram a festa de véspera, na emblemática Praça Vermelha da capital russa, ontem pintada com o verde e vermelho das bandeiras dos dois países. E também com o branco e azul celeste dos milhares de argentinos que por estes dias têm animado as ruas moscovitas, pinceladas ainda com o vermelho e branco dos polacos, que ontem, enquanto a hora de partir para o estádio não chegava, se fizeram notar ruidosamente, antes de viajarem para uma das pontas da capital russa para apoiarem a equipa contra o Senegal.
Na Praça Vermelha e até nas i mediações, com as r uas cheias de adeptos, caras bonitas e os restaurantes e as esplanadas repletas, a festa prosseguia e, à primeira vista, as cores de Portugal e Marrocos até se confundiam, mas pela amostra o país do Norte de África está claramente em maioria. Eram muitos, muitos mais, os marroquinos que aqueciam o ambiente para o encontro de hoje, mas os portugueses provavam, mais uma vez, que não importa serem poucos, desde que sejam bons. Como sucedeu no jogo com a Espanha, por exemplo – “nuestros hermanos” estavam em maioria, mas isso não significou nada e adeptos lusos fizeram ouvir-se mais ao longo de uma parte significativa do encontro.
Ontem, a situação repetiuse e hoje Portugal vai estar novamente em desvantagem nas bancadas do Luzhniki Stadium: são esperados cerca de 30 mil marroquinos, prevendo-se que estejam somente cerca de dois mil portugueses. Mas certamente muitos neutros, na sua maioria russos, podem apoiar a equipa de Fernando Santos. É que Cristiano Ronaldo continua a fazer a diferença e isso mesmo foi possível confirmar quando davam de caras com jornalistas portugueses. Ou, como também foi o caso, com adeptos lusos, como um grupo de proveniências diversas – Lisboa, Carcavelos, Paris e até Noruega – que fazia a festa com adeptos de várias outras nacionalidades. A dada altura, os lusos estavam rodeados de bandeiras de todas as cores e países. E, mais curioso ainda, estes faziam fila para tirar fotografias com os compatriotas de Ronaldo. “Tem sido sempre assim. Éramos 12, passámos a nove, mas apesar disso o grupo vai aumentando sempre porque nunca nos deixam sozinhos”, dizia à reportagem deOJOGO Rui Queirós, um desses portugueses, explicando as três “baixas”: um teve um acidente, outro perdeu o passaporte e um terceiro elemento não teve autorização do patrão para tirar férias nesta altura. E o grupo aumentava sempre que se detinha para tirar fotografias...
Depois, o grupo de portugueses, acompanhado dos respetivos admiradores ocasionais, lá continuou a festa pela Praça Vermelha, não sem antes elogiar a organização e a segurança oferecidas pelos russos, embora apresentando uma reclamação: dizem que há pouca cerveja à venda!