O Jogo

Adeus à Rússia, mas o futebol continua!

- Rui Barreiro O autor optou por escrever na ortografia antiga

Aúltima assembleia geral do Sporting Clube de Portugal é um marco na história do nosso clube. Infelizmen­te, foi necessário que os sócios se mobilizass­em para destituir um Conselho Directivo que provocou graves prejuízos ao Sporting e ao desporto português. Na verdade, teria sido honroso, face aos acontecime­ntos deste ano, tomar a decisão certa, apresentan­do a demissão e devolvendo a palavra aos sócios. Em vez disso, os elementos que teimaram em ficar até ao fim, no Sporting e na SAD, obrigaram o universo leonino a mobilizar-se e, num dia de fim de semana com bom tempo, sportingui­stas de norte a sul do país, a maioria silenciosa, vieram mostrar a sua insatisfaç­ão e dar o merecido cartão vermelho a quem não soube honrar a sua qualidade de sportingui­sta e de dirigente do nosso clube. Considero que devem ter o castigo adequado e aguardo com expectativ­a o resultado dos procedimen­tos disciplina­res. Enquanto me encontrava na fila para votar, percebi rapidament­e que a maioria dos sócios iria votar “Sim”. Os sócios do Sporting estavam fartos de ser enganados, maltratado­s e desconside­rados. Os sportingui­stas precisam de títulos no futebol, mas principalm­ente precisam de paz e coesão interna. Não precisamos de ter um presidente que ofenda os clubes adversário­s e os seus pares para conseguir ter atenção. Basta de egocentris­mo, de misturar a família e as questões pessoais com o nosso clube e de maltratar quem, conjuntura­lmente, pensa diferente e defende a sua posição publicamen­te.

Os sportingui­stas, todos eles, os que já se disponibil­izaram e os que se irão apresentar ao acto eleitoral de Setembro, merecem a minha elevada consideraç­ão. Terei, certamente, uma opinião sobre quem serão os melhores para dirigir o nosso clube. Contudo, não posso deixar de saudar a enorme vitalidade demonstrad­a pelo Sporting. A elevada participaç­ão na última assembleia geral e agora os candidatos ao próximo acto eleitoral demonstram que o nosso clube está bem vivo e tem futuro, apesar destes últimos anos de uma “gestão” que foi das piores da nossa história.

Apesar de já ter estado em desacordo com ele por diversas vezes, considero que uma eventual candidatur­a de Dias Ferreira deve ser tida em conta. Grande sportingui­sta, sem papas na língua e com conhecimen­to dos meandros do futebol, se avançar para uma candidatur­a à presidênci­a do Sporting virá enriquecer as opções válidas para ocupar a cadeira de presidente do nosso clube.

Torres Pereira e Sousa Cintra, sportingui­stas que vivem o dia-a-dia do clube, vibram com as vitórias e sofrem com as derrotas, devem ter a máxima solidaried­ade de todos nós, assim como os restantes elementos das comissões em funções. Saúdo a disponibil­idade e o envolvimen­to na nossa vida colectiva, estes sim merecerão no futuro ser distinguid­os. As decisões tomadas nesta altura devem facilitar a vida a quem for eleito em Setembro e garantir que a vida do nosso clube segue em paz e cumpre com as suas obrigações. Venha a campanha eleitoral.

Uma última nota sobre o jogo de Portugal. Neste último jogo nem jogámos mal, mas o Uruguai fez o que se pretende num jogo de futebol: marcar quando se tem oportunida­des. Temos jogadores para fazer melhor. Infelizmen­te, não conseguimo­s ultrapassa­r este adversário. Nada de muito diferente do que aconteceu noutros Mundiais. Boa viagem, boas férias. Viva a festa do futebol.

Torres Pereira e Sousa Cintra, pela disponibil­idade demonstrad­a merecerão no futuro ser distinguid­os

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