Gémeos rivais saem da casca
Percursos históricos têm muito em comum, mas só uma seleção fará estreia numa semifinal este século
Gareth Southgate está próximo do protagonismo histórico que ninguém lhe augurava quando assumiu o comando dos Três Leões, num suposto período de transição pós-Sam Allardyce .“Ninguém é tão bom como se diz, nem tão mau como se diz”, afirmou ainda ontem com uma humildade que é popular, pelo menos enquanto continuar a vencer. Um triunfo hoje frente à Suécia significa recolocar, pela primeira vez no século XXI, a Inglaterra numa meiafinal, ou seja, no mapa das seleções que “contam”. O mesmo pensam os escandinavos, também excluídos do lote prévio de favoritos.
Na verdade, o histórico das presenças de ambas em Mundiais foi tirado a papel químico. Cada uma foi a uma final em edições realizadas nos respetivos países, embora os britânicos tenham vencido (em 1966), enquanto os suecos cederam para o Brasil (em 1958). Ambas voltaram uma única vez a meias-finais: a Suécia foi terceira em 1994, enquanto Inglaterra alcançou o quarto lugar em 1990. Em (23) duelos entre si, também nada as separa: nove empates e sete vitórias para cada. Da última vez que se defrontaram, em 2012, os nórdicos levaram a melhor (4-2) e Ibrahimovic ganhou o prémio Puskás com a célebre bicicleta de fora da área.
O tira-teimas desta tarde é de extrema relevância para ambas. De um lado, Southgate dispõe de um naipe de jovens de talento, entre os quais Kane – também ele a fazer história com os seis tentos já apontados –, enquanto do outro, Andersson conta com a força de um conjunto compacto, onde o cole ti vos obres sai. Resolvido o trauma dos penáltis, os ingleses encaram, como assumiu Southgate, uma “oportunidade que pode nunca mais se repetir”. Mas, uma vez mais, a congénere escandinava tem ideia igual.