O MINUTO 109 É IMPLACÁVEL
HISTÓRIA Por entre lapsos, Portugal teve mais ambição e João Filipe, levando a melhor sobre uma Itália reativa. Está alcançado o primeiro título europeu em sub-19
A Itália vendeu muito cara a primeira derrota no Europeu da Finlândia. Em dois minutos, chegou à igualdade (2-2), levando o jogo para prolongamento. No último “round”, Portugal bateu mais forte
O efeito “kryptonite” da Itália deixou de resultar e a Seleção Nacional conquistou o primeiro Europeu de sub-19, com Pedro Correia a marcar o golo decisivo no minuto 109, como havia feito Éder no Europeu de França. Recorda-se? Depois de ter feito a festa na final de 2003 e ter voltado a mostrar as garras na fase de grupos da edição de 2018, ganhando por 3-2 num jogo em que a equipa de Hélio Sousahaviajogadoamaiorparte do tempo reduzida a dez elementos, após expulsão do capitão Diogo Queirós, por cartão vermelho direto, a seleção transalpina deparou-se com um adversário empertigado e cheio de combustível, de pouco valendo o facto de ter levado o jogo para prolongamento.Portugallevou sempre a dianteira na intenção de ganhar e, apesar de ter cometido distrações evitáveis, já a roçarem o masoquismo, Pedro Correiaaproveitouumbompasse de João Filipe para fixar o 4-3 aos 109 minutos, numa altura em que os italianos já pareciam ceder em termos físicos.
Lançado precisamente para o prolongamento, Pedro Correia revelou-seumtrunfopreciosoe foi uma espécie de apontamento final ao “show” da principal estrela do jogo. Influente de forma colossal, João Filipe já havia assinado o 1-0 e o 3-2, tendo ainda desencadeado o remate cer- teiro de Francisco Trincão (2-0), num lance em que o guarda-redesAlessandroPlizzarinãoconseguiususteroprimeiroremate doextremodoBenficaB.Emalta rotação desde o primeiro minuto,Portugaldepressaencostoua Itália às cordas e só não repetiu a “chapa” cinco com que havia brindado a Ucrânia logo na primeira meia hora porque teve pelafrenteumadefesaacertada, com os cinco sentidos bem ligados. A resistência durou toda no primeiro tempo, mas acabaria por ser ultrapassada numa jogadatricotadapelosgeniaisJoãoFilipe e Francisco Trincão, em plena fase de compensação, antes do intervalo. Superada essa barreira,Portugalcontinuouacrescer e Francisco Trincão assinaria o segundo golo. Parecia chegar e
sobrar, rumo à glória final. Visto do sofá, parecia ser uma questão simples: bastaria defender bem eesconderabola.Sóquejáandava por ali um tal de Moise Kean (poderásercompanheirodeRonaldo na Juventus porque pertence ao clube de Turim) e este, enquadradonum4x4x2elástico a recuar e a meter velocidade, só precisou de duas desatenções em dois minutos consecutivos para faturar, restabelecendo a igualdade (2-2). Por essa altura, Paolo Nicolato era o treinador mais acertado do mundo em substituições e o prolongamento parecia que iria coroá-lo. Só quePortugalnuncasedeixouultrapassarnomarcadoreogolode Scamacca só teve o condão de mascararumacapitulaçãoanunciada.