Sonho da taça tornou-se num enorme pesadelo
Conselho de Disciplina entendeu que houve irregularidades nos “quartos” da Taça de Portugal e castigou o clube com um jogo à porta fechada e dois de interdição
Em causa estão a montagem de uma estrutura para acolher os jornalistas, fotocópias de convites e a sobrelotação do recinto. O clube recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto
A histórica campanha do Caldas até às meias-finais da Taça de Portugal da época passada está, agora, a tornar-se um pesadelo para o clube do Campeonato de Portugal. O Conselho de Disciplina (CD) da FPF castigou os caldenses com um jogo à porta fechada e dois de interdição do Campo da Mata devido a irregularidades no Caldas-Farense, dos quartos de final. Em causa está, segundo o CD, a montagem de uma estrutura de madeira nas bancadas para acolher os jornalistas, a sobrelotação do recinto e a fotocópia de cerca de 500 convites que foram distribuídos pelo futebol de formação e turmas de desporto.
Contactado por O JOGO, Jorge Reis, presidente do Caldas, revelou que o clube já recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) e deixou duras críticas à penalização imposta pelo CD. “Não reconhecemos a sobrelotação do recinto, pois havia clareiras. Dizem que os corredores de acesso estavam bloqueados, o que é normal pois o jogo foi a meio da semana e as pessoas chegaram em cima da hora. Na final da Taça, no Estádio Nacional, isso também acontece. São dois pesos e duas medidas”, afirmou, explicando que o clube não pôde recorrer para o Conselho de Justiça (CJ) pois este “considera-se incompetente para julgar uma questão que não é desportiva” e vincando que o CD castigou o Caldas “por um assunto do foro não desportivo”. “Se os problemas do futebol português são uma estrutura para a comunicação social, então que venha o castigo”, ironizou, considerando o mesmo de “desadequado e injusto”.
Jorge Reis tem esperança de que o TAD se pronuncie esta semana e possa colocar efeitos suspensivos na punição imposta pelo CD para que o Caldas possa receber o Peniche no domingo, na primeira jornada da Série C do CdP. O dirigente lamentou, ainda, os custos dos recursos. “Só para o TAD são dez mil euros e se quiséssemos interpor uma providência cautelar seriam 15 mil euros, valores incomportáveis para o Caldas”, referiu.
O dirigente foi mais longe e disse que a prova-rainha “não é a festa do povo”. “Os clubes que forem longe na Taça ou gastam 100 mil euros como o Caldas gastou ou nunca poderão jogar em casa. Esta época, a FPF voltou a marcar eliminatórias para o meio da semana. Isto não é a festa do povo!”, disparou. “Se soubéssemos o que sabemos hoje, não tínhamos jogado em casa”, lamentou.
“Os clubes que forem longe na Taça nunca poderão jogar em casa”
Jorge Reis Presidente do Caldas