SUPERIORIDADE PARA VALIDAR NA PEDREIRA
O Braga arrancou um precioso empate na Ucrânia, mas mostrou sobretudo argumentos de sobra para seguir em frente na eliminatória
No primeiro jogo oficial da época, o Braga demonstrou ser melhor do que o Zorya e só não resolveu já ontem a eliminatória porque houve desperdício no momento da finalização. Horta continua em alta...
O treinador doZoryabenz ia-se a cada lance de perigo do Braga, mas a fé de Ricardo Horta acabou com a superstição a meio da segunda parte (69’). Os arsenalistas colocaram-se justamente na frente de uma eliminatória que até podia ter ficado resolvida ontem, não fosse o golo de Karavaev num dos raros momentos de desconcentração da defesa minhota (72’). Mesmo assim, e pelo que se viu em Zaporizhia, a equipa de Abel Ferreira tem tudo para carimbar a passagem na Pedreira.
Antes disso confirmou-se a chamada de apenas dois reforços ao onze do Braga, Claudemir e João Novais, que formaram a dupla de médios, enquanto o treinador do Zorya, que tinha criticado publicamente os seus jogadores pelas últimas exibições, decidiu operar uma verdadeira revolução na equipa: trocou de guarda-redes, mudou os dois laterais e ainda lançou um novo médiodefensivo e outro mais ofensivo para o jogo.
O primeiro remate da partida chegou cedo, aos 29 segundos, por Ricardo Horta, mas a promessa de um ataque feroz à baliza ucraniana ficou adiado por mais algum tempo. A agressividade imposta pelos jogadores do Zorya no momento da recuperação forçava a várias perdas de bola dos arsenalistas, que sentiam por aquela altura dificuldades em controlar o jogo. Depois de ténues ameaças das duas equipas, a primeiragrande oportunidade degolo chegou através do pé direito de Karavaev, que, isolado na área, rematou por cima (19’).
As constantes oscilações do ponta de lança Rafael Ratão, que teimava em juntar-se a Khomchenovskiy no lado esquerdo do ataque, criaram um conflito que Goiano e companhia demoraram a resolver. No entanto, a partir da meia hora o Braga cresceu finalmente para a partida; passou a ser mais fiel ao seu estilo, a ter mais bola – a pressão do Zorya também já não era tão intensa... – e as oportunidades acabaram por aparecer com naturalidade, primeiro por Ricardo Horta (35’) e pouco depois por Claudemir (42’).
No arranque da segunda parte acentuou-se de forma bem vincada a superioridade do Braga em todos os momentos do jogo. Instalados no meio campo ofensivo, os arsenalistas multiplicaram os lances de perigo, sempre pelo mesmo protagonista, Ricardo Horta: começou com um tiro de fora da área para defesa difícil do guardião contrário (49’), seguiu-se um remate acrobático falhado por centímetros (52’) e uma bola na barra (57’), antes do merecido golo (69’). Naquele momento parecia que a vitória dificilmente fugiria ao Braga, mas a resposta dos anfitriões foi pronta, como já se contou no início desta crónica. A injeção de adrenalina provocada pelo golo do empate voltou a aumentar o entusiasmo da equipa ucraniana – vive quase exclusivamente da boa vontade dos seus jogadores... –, mas os arsenalistas agarraramse à sua maior experiência para segurar o empate com golos, um resultado sempre precioso neste tipo de eliminatória.