O Jogo

André Silva igual a Romário

É o primeiro neste século a estrear-se com hat trick

- FREDERICO BÁRTOLO

Frio a finalizar, avançado cedido pelo Milan, sai de Vallecas, após o 4-1 contra o Rayo, com a bola na mão. É o quarto a estrear-se com hat trick nos andaluzes e, na liga, há 25 anos que ninguém começava assim

Haverá melhor maneira de se estrear na Liga espanhola do que marcando três golos? André Silva – que passou Messi nos melhores marcadores – foi absolutame­nte letal na primeira jornada em La Liga e o Sevilha venceu por 4-1 em casa do Rayo Vallecano. O avançado fez o primeiro jogo a titular e entrou para a história dos andaluzes. Ao intervalo, a Imprensa local já o apelidava de caçador: tornara-se o primeiro a marcar duas vezes na estreia pelo Sevilha no século XXI e marcara tanto em 45’ de campeonato como na edição passada da Serie A. Abrilhanto­u, aos 80’, a exibição retumbante: tornou-se o quarto da história a fazer um hat trick na estreia pelos sevilhanos (sucedeu a Palencia em 1935, Arza em 1943 e Martín Pérez em 1984) e foi o sétimo a conseguir três golos na primeira jornada. A proeza alargou-se à Liga espanhola: há 25 anos que ninguém inaugurava o percurso com três golos – o último fora Romário em 1993 – e o terceiro tento do exjogador do FC Porto ficará para a eternidade como o primeiro validado pelo VAR, após verificar que não havia fora de jogo. “Estou encantado. Claro que imaginava uma estreia assim, mas daí a conseguir... Tenho de agradecer ao treinador e aos meus companheir­os”, disse André Silva.

O português carimbou um tratado de futebol do Sevilha. Machín organizou a equipa em 3x5x2 e Franco Vázquez inaugurou o ativo com o calcanhar aos 15’. Abdoulaye, ex-FC Porto, desperdiço­u o empate para o Rayo. Escudero, aos 31’, entregou de bandeja o ouro a André Silva. Bastou dominar de pé direito e encostar de esquerdo, redimindo-se do cabeceamen­to falhado instantes atrás. A queimar o intervalo, bisou, oportuno num pontapé em rotação. O volume ofensivo do Sevilha mantevese no segundo tempo, mas só aos 80’ chegou o hat trick: matou no joelho direito e empurrou com a canhota. Embarba, aos 85’, diminuiu as diferenças num penálti assinalado após consulta do VAR.

No fim, o árbitro Lahoz esperou por André Silva e deu-lhe a bola. Foi o seu dia. O treinador Machín foi claro: “Prometemos que íamos criar oportunida­des e que ele só tinha de trabalhar para as aproveitar.”

Em Milão, André já tinha feito três golos contra o Áustria Viena, no FC Porto nunca o conseguira como sénior. Na Seleção Nacional, alcançara o feito em 2016 frente a Andorra: aí, tornou-se o mais novo de sempre a marcar três golos por Portugal.

“Estou encantado. Claro que imaginava uma estreia assim, mas daí a conseguir... Agradeço ao treinador e aos meus colegas”

André Silva Avançado do Sevilha

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André Silva não marcava um hat trick por clubes desde setembro do ano passado com o Milan na Liga Europa

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