Sérgio Conceição “Tinto da tasca em vez de futebol champanhe”
Treinador do FC Porto recorreu à comparação entre bebidas para ilustrar a realidade: nem sempre a equipa poderá apresentar um futebol de luxo. O de ontem valeu uma vitória justa “Houve o mesmo critério para os dois lados. O Xistra foi corretíssimo e o Cap
O árbitro Carlos Xistra e o VAR João Capela mereceram os “parabéns” pela forma coerente como interpretaram os lances que resultaram numa grande penalidade para cada lado
“Há dias com mais futebol champanhe e outros em que é mais vinho tinto, da tasca. O futebol também é assim”, e foi assim, com uma metáfora refrescante, em todos os sentidos, que Sérgio Conceição comentou a exibição do FC Porto no caminho complicado para a vitória no Jamor, sobre o Belenenses, num jogo marcado por duas grandes penalidades, uma para cada lado, a última, já seis minutos para lá do tempo regulamentar, decidiu a partida. O treinador portista deu nota positivaaodesempenhodoárbitro e do videoárbitro. “Houve o mesmo critério para os dois lados”, observou, num tom elogioso sem reservas: “O Carlos Xistra foi corretíssimo e o João Capela também. Estão de parabéns, houve interpretação igual para os dois lados. Num jogo difícil, fez uma boa arbitragem. O VAR também esteve bem”, considerou.
Com o derradeiro penálti, escreveu-se com três pontos para o FC Porto o final de um desafio que pôs à prova a equipa de Sérgio Conceição de várias maneiras. “Houve o calor, uma relva diferente daquela a que estamos habituados, fatores que existiam para as duas equipas. Mas, o Belenenses treina aqui diariamente e tem uma habituação diferente. A circulação de bola fica mais lenta, por vezes tem de se dar mais um toque... Isso pode ter prejudicado a nossa equipa, mas não quero entrar por aí”, comentou, e destacou outros predicados: “Mérito do Belenenses, uma equipa com qualidade, com uma dinâmica de jogo interessante. Não fomos inteiramente eficazes no primeiro tempo, o Belenenses conseguiu jogar a espaços, conseguiu chegar com alguma facilidade ao nosso último terço. O jogo acabou por ser difícil por tudo aquilo que éumambientehistoricamente difícil. Nos últimos cinco jogos com o Belenenses, o FC Porto tem uma vitória, esta.” Mesmo sem o tal futebol champanhe, fez-se a festa com o de “tinto da tasca” e o campeonatoprossegue,atéao final do mês, em circunstâncias que desagradam a Sérgio Conceição. “Não faz sentido nenhum o mercado estar aberto quando se inicia o campeonato... Cria instabilidade nas equipas. Posso ficar sem peças do onze que estou a trabalhar há dois meses. Em janeiro é igual, o mercado está aberto demasiado tempo”, lamentou. Questionado sobre os jogadores que ficaram de fora, o treinador preferiu falar dos outros: “Estamos a jogar com dois jovens da formação no onze inicial, o que me deixa bastante contente. Pode surgir um erro ou outro, mas são jovens com qualidade.”