NO TRILHO DA GAZELA
RAPHINHA SÓ PRECISOU DE 11 MINUTOS PARA ILUMINAR O CAMINHO DO LEÃO
Extremo sofreu penálti depois de lançado por Jovane
José Peseiro: “Jogámos com três titulares da época passada”
Bruno Fernandes e Montero, estreia a marcar na liga, abatem um pobre Marítimo. Triunfo justo, mas sem grande brilho, cola leões a Braga, à condição, e a Rio Ave, com Benfica e FC Porto na mira
Uma jornada depois de ter sofrido em Braga a primeira derrota no campeonato, e na época, o Sporting manteve o registo cem por cento vitorioso em casa: três triunfos na liga, um na Taça da Liga e um na Liga Europa. Pela segunda vez esta época impôs-se ao Marítimo em Alvalade, ontem por 2-0 e ainda com maiores facilidades que no dia 16, quando bateu os insulares por 3-1 na Taça da Liga. Um triunfo que coloca os leões a par de Braga (menos um jogo) e Rio Ave na classificação e a um e dois pontos de distância de Benfica e FC Porto, respetivamente, antes do clássico que poderá capitalizar se ganhar a seguir em Portimão.
Sem Nani por opção e Battaglia por lesão, Peseiro apostou no jovem e talentoso Jovane para jogar à esquerda e no experiente Petrovic para formar uma parede no meio-campo com Gudelj. De resto, nada de novo em relação à partida na Pedreira.
Apesar de igualados em pontos antes do jogo, as duas equipas nunca estiveram ao mesmo nível, em particular até ao intervalo. Os leões entraram determinados, a pressionarem alto e procurando jogar em velocidade pelas alas. E foi desse modo que engoliram um Marítimo encolhido, incapaz de trocar a bola e onde Danny se revelava uma sombra do jogador que foi em tempos: acumulou passes errados e perdas de bola. Os primeiros sinais de perigo foram dados pelo irrequieto Montero: aos cinco minutos agarrado por Zainadine, que viu amarelo, quando embalava para a área, depois de roubar a bola ao defesa insular; aos 9’ num cabeceamento perigoso ao lado.
Mas foram os extremos, uma vez mais, a desbloquear o jogo para o Sporting, num lance em que o talento de Jovane sobressaiu na arrancada e passe e Raphinha fez uso da velocidade para conquistar o penálti que daria o 1-0, por Bruno Fernandes. Se a equipa de Peseiro estava por cima e tranquila na partida, mais ficou. Ganhava invariavelmente os duelos no meio-campo, os defesas anulavam à nascença as tímidas investidas do Marítimo e faltava apenas melhor decisão no último passe, nomeadamente em vários cruzamentos de Ris tovski, paratrans formar ataques em eventuais golos. O 2-0 chegou, ainda assim, na sequência de um livre de Raphinha e com oportunismo de Montero na área a faturar o primeiro golo nesta liga.
Tudo fácil, tudo decidido... perante a fraca oposição que levou o Sporting a entrar em modo de gestão, quase abdicando de atacar, sobretudo em velocidade. O ritmo de passeio quase custava um golo sofrido nos descontos do primeiro tempo – valeu o corte esforçado de Acuña a impedir a bola de chegar a a Danny para finalização fácil. O aviso não levou o Sporting a retomar o ritmo mais elevado, pelo contrário e só a espaços Raphinha e Jovane, trapalhão após o descanso, agitavam o jogo para desespero de Montero que procurava manter a equipa subida. O Marítimo cresceu, chegou a acreditar que poderia marcar, mas nada feito. Salin fez apenas uma defesa e poucos mais sustos teve. Mas, de tanto querer controlar, Peseiro não se livrou de ouvir assobios de quem espera mais e melhor. Deu ainda para o regresso de Mané aos relvados...