Arte venceu o carácter
ALMA Vila-condenses foram superiores e conseguiram uma vantagem de dois golos, mas adormeceram após o intervalo e estiveram muito perto de serem surpreendidos pelo Boavista
O Rio Ave continua em estado de graça no campeonato, mas teve de sofrer até ao último segundo para festejar, mesmo a jogar contra nove elementos na parte final do desafio
Num jogo que teve vários episódios que acabaram por ser determinantes no desempenho do Boavista, o Rio Ave mostrou categoria na primeira parte e venceu com naturalidade, mas o espírito dos axadrezados foi absolutamente fantástico e quase deu para pontuar.
Os primeiros 20 minutos foram de grande nível por parte das duas equipas, com jogadas bem elaboradas e oportunidades de golo, ficando evidente as estratégias ambiciosas dos treinadores. A diferença esteve, essencialmente, em dois erros de Sparagna e na qualidade de Carlos Vinícius, que aproveitou uma perda de bola do central para abrir o marcador e originou, pouco depois, a sua expulsão, num lance de contra-ataque. Duas jogadas com os mesmos protagonistas que, pensava-se, definiram praticamente o jogo em meia hora. A perder e com menos uma unidade, Jorge Simão trocou o ala André Claro pelo central Raphael Silva, mas o Boavista não aguentou a pressão e acabou por sofrer o 2-0. Na sequência de um passe de Schmidt, jogada em que Diego Lopes abriu as pernas para deixar passar a bola, Carlos Vinícius voltou a brilhar com um remate pelo meio das pernas do guarda-redes Helton.
Após 15 minutos sem lances de registo na segunda parte, Jorge Simão refrescou o onze e apostou num desenho em 4x2x3, colocando David Simão e Rafael Costa no meiocampo e Rochinha, Rafa e Mateus, na frente, estratégia que acabaria por resultar. Na sequência de um pontapé de canto, o Boavista reduziu num cabeceamento de Rafa e esteve perto do empate quando Rafael Costa acertou na barra na marcação de um livre. Mesmo após a saída de Raphael Silva por lesão, que deixou o Boavista com nove elementos, uma vez que Jorge Simão já esgotara as substituições, e perante uma incrível apatia do Rio Ave que nunca soube matar o encontro, o empate esteve perto de acontecer num remate de Rafael Costa, o que seria um feito incrível para os boavisteiros.