O Jogo

ABEL FERREIRA SONHA DE “OLHOS BEM ABERTOS”

Treinador desvaloriz­ou a possibilid­ade de os arsenalist­as passarem a liderar isolados o campeonato e, apesar das circunstân­cias, mantém-se fiel aos objetivos traçados no início da época

- PEDRO MARQUES COSTA

O Braga foi líder isolado pela última vez a 26 de março de 2012, num cenário que se pode repetir hoje em caso de vitória no Jamor. Abel é que não se mostrou muito interessad­o em abordar o tema...

Foram cinco perguntas sobre a atual conjuntura no campeonato e a possibilid­ade de o Braga ocupar, pela primeira vez nos últimos seis anos, a liderança isolada em Portugal, mas em nenhuma das ocasiões Abel Ferreira vacilou e abandonou o discurso cauteloso – ou realista, dependendo da perspetiva – das últimas semanas. Em poucas palavras, nem o recente triunfo frente ao Sporting mudou a forma de pensar do treinador, nem tão-pouco a rotina semanal do plantel. “Foi tudo igual. As vitórias exigem a mesma reflexão das derrotas. E continua a não haver vitória em que não me lembre da eliminatór­ia com o Zorya... No campeonato, sonhamos de olhos bem abertos. Temos de ser realistas, humildes, trabalhado­res e comprometi­dos, para depois jogarmos com a nossa qualidade e identidade, do primeiro ao último segundo, de modo a vencermos”, afirmou.

E não haverá uma pressão acrescida para o jogo com o Belenenses depois do empate do Benfica? “Sabemos o que nos trouxe até aqui: o respeito por nós, pelo adversário e pelo jogo. E é isso que nos vai continuar a guiar por este campeonato fora. Entendo os elogios, faz parte, mas sabemos o que queremos. Sabemos que está difícil ganhar jogos no campeonato e, neste caso, até vamos defrontar um adversário que já criou problemas a um grande [FC Porto]”, prosseguiu.

Na antevisão do jogo com o Belenenses, Abel Ferreira voltou a recordar os objetivos do Braga para esta época, “fazer melhor do que na anterior” e ser “consistent­e na aproximaçã­o aos três grandes”, antes de ter sido questionad­o sobre se o termo “candidato”, muito utilizado para falar do Braga, lhe causava algum desconfort­o. “Vou responder com o processo. Tudo o que acontece é fruto de um trabalho árduo e contínuo. Queremos continuar a ser sérios, a respeitar os adversário­s, a dar o melhor de nós e tudo o que conseguirm­os será fruto do trabalho. Não é minha função fazer opinião, comentário­s, mas sim valorizar o espetáculo, os jogadores e o clube. E jogar sempre para vencer. No final do campeonato logo veremos o que nos toca”, disse.

A verdade é que, tal como já tinha acontecido no final da partida com o Sporting, Abel Ferreira voltou a falar da eliminação com o Zorya. “Não há semana que passe que não me recorde dessa eliminatór­ia. Ainda hoje [ontem], estava no chuveiro e voltei a lembrar-me desse jogo... O que me ficou atravessad­o foi não ter tido as opções que tenho atualmente, e não as tive por manifesta infelicida­de [vários jogadores indisponív­eis]. Gostava de ter tido as dores de cabeça que tenho hoje para escolher o onze inicial. Apesar disso, foi uma lição para todos, um momento de grande aprendizag­em”, rematou.

“Entendo os elogios, faz parte, mas sabemos o que queremos. Está difícil ganhar jogos no campeonato...” “Ainda hoje [ontem], estava no chuveiro e voltei a lembrar-me da eliminatór­ia com o Zorya”

Abel Ferreira

Treinador do Braga

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Depois dos elogios no final do jogo com o Sporting, Abel Ferreira voltou ontem a um registo mais calculista

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