As cláusulas perigosas
PATROCÍNIOS O caso Bryant e o risco dos contratos com patrocinadores
Kobe Bryant ultrapassou acusação de abuso sexual e voltou à fama e prestígio no mercado publicitário. Perito acredita que o CR7 “pode sair por cima em meses”, mas precisa “de dar a cara” publicamente
O desgaste destas acusações põe em risco o império de Cristiano Ronaldo: só com a Nike, assinou um contrato de embaixador vitalício em 2016 por 870 mil milhões de euros – foi o terceiro contratado para a vida pela marca, depois de Michael Jordan e LeBron James. O CR7 deixou de ser uma pessoa para passar a ser uma marca global, e os patrocinadores querem defender-se do efeito dominó.
“É preciso saber se não há quebra de cláusulas dos contratos que costumam estar associadas para proteger as empresas”, nota Paulo Salgado, professor e investigador na área da comunicação e relações públicas na Universidade do Minho.
“O caso do Kobe Bryant deve dar para traçar um paralelismo”, analisa Paulo Salgado. O ex-basquetebolista viu-se envolvido, em 2003, numa acusação de abuso sexual da empregada do hotel onde estava hospedado. Perdeu patrocinadores, mas conseguiu um acordo extrajudicial e recuperou a aura, salvou o casamento (chegou a separar-se em 2011, mas reconciliou-se com Van essa Lain eBryant,comqu em casara em 2001) e voltou a ser rosto da Nike, Coca-Cola e Spalding.
“OTigerWoodsfoidi ferente,quebrou um compromisso, com relações extraconjugais, mas não foi acusado de um crime. E a Nike foi muito rápida a romper a relação”, explica o investigador.
“Pode deixar de ser tão apelativo para as marcas e o valor de mercado dele já baixou”, prossegue o professor. “A Nike é americana e a E AS por tsé canadiana, movendo-seno mercado americano, onde o movimento#Me Too está com grande exposição ”. Por outro lado, “se a crise for bem gerida, pode sair por cima nos próximos meses”. “Mas tem de aparecer e dar a cara e responder a todas as perguntas”, concluiu.