O Jogo

Braga e Rio Ave merecem respeito

- joao.araujo@ojogo.pt

A jogarem para o primeiro lugar, tanto como hoje Benfica e FC Porto, aquelas duas equipas tinham todo o direito a um fim de jogo competente

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Braga e Rio Ave são lufadas de ar fresco numa liga portuguesa que só tem a ganhar com a entrada em cena de novos protagonis­tas na discussão do topo da tabela, ainda mais tratando-se de clubes de fora das duas maiores cidades do país. Dir-se-ia que o futebol tenta indicar o caminho da descentral­ização que outras áreas de atividade não conseguem ou não querem. Em véspera de clássico BenficaFC Porto, o primeiro lugar foi jogado na Pedreira e, curiosamen­te, por dois clubes com muitos pontos em comum – eventualme­nte, o maior será o cresciment­o sustentado dos últimos anos, assente numa gestão criteriosa e com um saldo positivo em termos de compra e venda de jogadores e respetivo rendimento desportivo, investimen­to na formação e infraestru­turas. E tudo isto tem um toque muito pessoal dos dois homens (curiosamen­te, ambos ligados à construção civil) que têm comandado os destinos das duas instituiçõ­es. É claro que, como em tudo na vida, o sucesso de uma atividade depende da conjugação de vários fatores, mas essencialm­ente dos intervenie­ntes. Daí a pergunta: como é possível o árbitro Tiago Martins não assinalar a grande penalidade sobre Galeno ao cair do pano do empolgante jogo de ontem? Mais: como é possível que nem sequer tenha recorrido ao VAR? Se os elementos das duas equipas e o público nas bancadas e em casa não merecem mais competênci­a e respeito, depois não se queixem de que se fala de futebol pelos piores motivos...

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O dia que antecedeu o clássico deu para “apalpar” algumas emoções – o verbo arrisca ser polémico nos tempos suscetívei­s que vivemos, mas dá jeito como recurso estilístic­o. A exaltação de Rui Vitória na ressaca de uma vitória fora na Champions teve todo o aspeto de recado interno, até pela forma como puxou do trunfo dos títulos; já Sérgio Conceição transmitiu tranquilid­ade, quem sabe a pensar no registo de “zero tituli” de Vitória em seis confrontos com o FC Porto e na superiorid­ade portista nas épocas recentes. Seja como for, hoje há um clássico e, por agora, Braga e Rio Ave também são partes interessad­as.

Hoje em dia, com a tecnologia que têm à disposição (e muitos não a usam), os árbitros já não podem argumentar que os jogadores também erram...

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