O Jogo

Uma luz que se acendeu e brilhou intensamen­te

- José João Torrinha

Q uando na semana passada aqui dei conta da minha frustração, ela não tinha propriamen­te a ver com os resultados da equipa, mas sim com o futebol praticado e com as escolhas que iam sendo feitas, as quais não permitiam vislumbrar nada de coerente, nenhuma perspetiva de que as coisas pudessem evoluir favoravelm­ente.

Uma semana e dois jogos volvidos, as boas notícias começaram a aparecer, para grande alívio da nação vitoriana.

Em primeiro lugar, começamos a ver, ainda que a espaços, momentos do tal bom futebol apoiado, com a bola a circular, muitas vezes ao primeiro toque e finalmente em progressão.

Foi assim na segunda parte contra o Vitória de Setúbal, foi assim em boa parte do primeiro tempo na Madeira e durante toda a segunda parte.

Depois, a estabilida­de. De um jogo para outro, finalmente, o mesmo onze. Após semanas a fio de mudanças constantes, a aposta nos mesmos jogadores. Notouse, e bem, a diferença.

A atitude competitiv­a da equipa também melhorou. Com menos receio de arriscar, com vontade de aumentar a contagem mesmo quando se está a ganhar.

De registar ainda o cresciment­o de alguns jogadores.

Tozé a afirmar-se e a jogar no lugar que é o seu. Finalmente.

A aposta consequent­e em Alexandre Guedes, premiada com dois golos.

O aparecimen­to de Osorio, mais seguro, a justificar a sua vinda para Guimarães.

A subida de Rafa Soares, a aproveitar bem a ausência de Florent, a confirmar que é posição em que estamos garantidos.

Em suma, tudo sinais de que andávamos à procura desde o início do campeonato e que agora começaram a aparecer.

O que é que ainda falta, então? Eliminar ou reduzir ao mínimo os erros individuai­s que ainda vão aparecendo em demasia. Como no lance de há oito dias de onde resultou o golo adversário ou como quando, ontem, demos a Danny a hipótese de empatar o jogo (bola na barra).

Falta ainda fazer com que o nosso bom jogo dure mais tempo e não surja só a espaços.

Acabo como comecei. Para mim, nunca foram os resultados que estiveram em causa, mas sim conseguir ver em campo o futebol prometido e descortina­r uma estratégia para a equipa.

Por isso, quando abandonei o estádio no jogo contra os sadinos, claro que não ia satisfeito com o resultado, mas uma luz tinha-se acendido. A mesma luz que ontem brilhou intensamen­te e que fez com que os vitorianos acreditass­em que está em curso a nossa subida de forma e na tabela classifica­tiva. Assim, sim.

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Pontapé para a clínica

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