O Jogo

“Adrián não joga para os adeptos, joga para a equipa”

Zé Castro, ex-companheir­o do espanhol no Corunha, explica falta de empatia com as bancadas Plantel entregou “ambulância do título” e Conceição quer repetir o gesto

- BRUNO FILIPE MONTEIRO

“Adrián precisa de ser acarinhado para poder render, porque se destaca pela técnica e por saber aproveitar os espaços, algo que em Espanha há mais do que em Portugal” Zé Castro Ex-central

Póquer em Trás os Montes foi o melhor momento de um jogador que, lembra Zé Castro, nunca se notabilizo­u pelos golos. Por isso, considera que foi errado julgar que alguma vez fosse “fazer 30 por época”

Onde andava este Adrián López goleador? A dúvida deve ter assaltado muitos portistas em Vila Real, onde viram o espanhol alcançar um póquer inédito no clube e até na carreira. Quatro golos que, mesmo tendo sido obtidos frente a um adversário da Distrital, provocaram algum espanto, uma vez que sempre foi visto como uma espécie de patinho feio. A verdade é que, de acordo com Zé Castro – partilhou com o avançado o balneário do Corunha – o jogador que saltou para as primeiras páginas dos jornais pela proeza conseguida em Trás-osMontes é exatamente o mesmo. “Não se pode esperar que o Adrián faça 30 golos por época, que pressione o guarda-redes, que se atire para o chão, que passe o tempo a beijar o símbolo... Ele não é um jogador para os adeptos; é um jogador para a equipa”, sustenta, a O JOGO, o antigo internacio­nal luso.

Contratado em 2014 ao Atlético de Madrid, numa operação em que os dragões pagaram 11 milhões de euros por apenas 60 por cento passe, Adrián López ficou muito marcado pelo insucesso global dessa época. O espanhol só fez um golo em 18 jogos e isso ditoulhe o destino (empréstimo) nas épocas que se seguiram até à atual, na qual Sérgio Conceição contrariou todas as previsões e deu-lhe uma oportunida­de. “O FC Porto é um grande clube, com uma massa associativ­a exigente, que luta sempre pelo título e, se as coisas não funcionare­m rapidament­e, as pessoas perdem a paciência. Mas o Adrián precisa de ser acarinhado para poder render ao máximo, porque ele destacase pela técnica e pelo facto de saber aproveitar bem os espaços, algo que em Espanha há mais do que em Portugal”, sublinha Zé Castro, convencido dequeo-factodeoex-colegaser “um jogador frio no relvado” lhe deturpa a imagem.

Os quatro golos na Taça de Portugal permitem a Adrián viver num estado de graça nunca logrado na Invicta, mas isso não alterará a sua personalid­ade. “Vai continuar a ser a mesma pessoa educada, humilde e fechada para quem não conhece tão bem. Não é de se deixar levar pelo êxito”, afiança Zé Castro.

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