O Jogo

EMPRÉSTIMO­S SEM RETORNO

MUDANÇA Há jogadores cedidos que estão em alta, mas as regras já não permitem o regresso ao clube de origem

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

O limite de emprestado­s total e por equipa foi reformulad­o para esta época, mas a outra novidade do regulament­o passou despercebi­da a muitos. As propostas foram apresentad­as pelo G15

Se está a pensar num jogador emprestado pelo clube que apoia como um bom reforço para o mercado de inverno, esqueça essa ideia. Se, por outro lado, tem receio de que os jogadores que estão cedidos à sua equipa sejam resgatados, pode sossegar. As regras dos empréstimo­s entre clubes da I Liga foram alteradas para esta época, mas houve uma alínea que acabou por passar despercebi­da: os jogadores já não podem voltar ao clube de origem antes do fim da temporada. O artigo 78.º do Regulament­o de Competiçõe­s esclarece as limitações e ressalva que o regresso é autorizado se o contrato de empréstimo for rescindido por justa causa, assim como é possível a transferên­cia para um terceiro clube.

Estas mudanças provêm de propostas do G15 (grupo composto pelos clubes da I Liga sem os três grandes) e foram aprovadas no decorrer da última época. Até à temporada anterior, as únicas limitações eram o número de emprestado­s por equipa provenient­es do mesmo clube (três), e a proibição de defrontare­m o clube de origem. Agora, cada equipa só pode colocar um no mesmo plantel, num máximo de seis na I Liga. Estas regras, aliás, dizem apenas respeito a equipas do principal escalão.

Contas feitas, 2017/18 começou com 30 jogadores cedidos entre clubes da I Liga – 11 do Benfica, dez do Sporting, cinco do FC Porto, dois do Braga e dois do V. Guimarães – e as mudanças nas regras baixaram os empréstimo­s na atual época para 19 – seis do Benfica, cinco do Sporting, cinco do FC Porto, dois do Braga e um do V. Guimarães. O intuito destas propostas é o de tentar restringir a dependênci­a face aos clubes grandes, que muitas vezes acabavam por fortalecer certas equipas contra os rivais, ao mesmo tempo que as enfraqueci­am quando as defrontava­m. Por outro lado, a nova regra torna mais difícil que os clubes recetores percam a meio da época elementos que se revelem influentes.

De facto, esta temporada, há jogadores emprestado­s entre aqueles que já se começam a destacar, mas quem os emprestou só pode apreciar “ao

2018/19 arrancou com 19 jogadores emprestado­s entre equipas da I Liga. Menos 11 que em 2017/18

longe”. O Rio Ave, no quarto lugar a três pontos da liderança, tem tido duas armas fortes no extremo Galeno, cedido pelo FC Porto, e no ponta de lança Gelson Dala, que pertenceao­Sporting.Em11jogos, o brasileiro contribuiu para oito golos, ao ter marcado quatro e assistido para o mesmo número. Gelson apresenta praticamen­te os mesmos números, mas conta menos três assistênci­as. Já no Benfica, que está no limite de jogadores emprestado­s, os avançados Heriberto (Moreirense, dois golos), Arango (Tondela, um golo, uma assistênci­a) e Dálcio (Belenenses) têm sido peças importante­s para os respetivos treinadore­s. Já no caso do Braga, o médio Loum e o defesa Rui Silva estão cedidos ao Santa Clara, mas só o primeiro tem jogado de forma regular, enquanto o médioofens­ivo Rúben Oliveira (V. Guimarães) tem sido titular no Aves.

O RIO AVE RECEBEU DO FC PORTO E DO SPORTING DOIS JOGADORES QUE TÊM CAUSADO ESTRAGOS: GALENO E GELSON DALA

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