Começou a festa da Taça
1 Para os clubes da I Liga começou a festa da Taça. A competição de todas as assimetrias, dos Davides contra Golias, das histórias encantadas de Cinderelas dispersas ao longo do país.
Mas se esta é a competição em que clubes pequenos de também pequenas terras tentam bater o pé aos mais fortes, também não faltam exemplos de clubes pequenos de terras que não são assim tão pequenas.
Ainda na sexta-feira, estava a dar na rádio o relato do Vila Real contra o Porto e um conhecido comentador afirmava que era pena que uma cidade como Vila Real tivesse um clube que andava pelos escalões inferiores.
Pois é, pois é. Claro que, provavelmente, o mesmo comentador será um dos que contribuem para alimentar o crónico desequilíbrio do futebol português em benefício dos de sempre. Depois admiram-se que, por exemplo, capitais de distrito como Viana do Castelo, Guarda, Viseu, Bragança, Castelo Branco, Portalegre, Évora ou Beja não tenham (e algumas delas nunca o tiveram) clubes na primeira. O que sobra para os clubes dessas terras depois de retirarmos os adeptos azuis,
2 verdes e vermelhos? Para o Vitória foi um início auspicioso na competição. Muita gente (e mais não caberia) no pequeno reduto do Valenciano, em mais um exemplo de vitorianismo e muitos milhares a seguirem o jogo na primeira transmissão que o clube montou via Facebook. Uma excelente iniciativa que, mesmo com todas as contrariedades do espaço, permitiu que o jogo fosse visto por muitos mais milhares de adeptos. Parabéns ao clube pela iniciativa e aos técnicos que a tornaram possível, com um assinalável grau de profissionalismo.
Quanto ao jogo, não há muito a dizer, dada a desproporção de forças. Apenas cabe realçar o respeito com que o Vitória encarou a partida e alguns regressos que se saúdam. De Venâncio a Celis, de Dodô a Miguel Silva, de Francisco Ramos e Rincón, todos tiveram a sua oportunidade de se mostrarem.
E depois há aquele caso. Vou apenas chamar-lhe, como se fosse o título de um filme: “O estranho caso de Óscar Estupiñán”. Já há tempos que ando para escrever sobre ele e ainda não será hoje. Mas prometo voltar ao assunto em breve.
3 Esta é a última crónica antes do clássico dérbi da semana que vem. Quem conhece minimamente a história destes jogos sabe que eles já têm eletricidade que cheguem por si próprios. Não há, por isso, qualquer necessidade de aumentar a corrente. Assim, só mesmo uma tentativa desajeitada de desviar as atenções do escândalo que sucedeu ao minuto 96 do último jogo na Pedreira pode justificar que o presidente do Braga tenha, do nada, trazido à colação um lance de um jogo que o Vitória perdeu com o Portimonense. A tática é conhecida, pelo que este é daqueles casos em que toda a gente percebe o que se está a tentar fazer. Quem tinha de responder, já o fez. A nós, adeptos, resta-nos apoiar a equipa. À equipa, resta ganhar o jogo.
Quanto ao jogo, não há muito a dizer, dada a desproporção de forças. Apenas cabe realçar o respeito com que o Vitória encarou a partida