O Jogo

BERTO “Quase chorei no últi mo jogo”

Berto, avançado do V. Setúbal, lembrou a emoção que sentiu quando conseguiu o primeiro hat trick no Bonfim e espera que as boas exibições lhe possam valer o regresso à Seleção de sub-21

- MIGUEL NUNES AZEVEDO

A viver dias felizes no Bonfim, Berto - que agora quer ser chamado por esta abreviatur­a de Hildeberto, que, como já explicou, é um nome complicado (em Inglaterra e na Polónia era tratado por Pereira) - voltou às grandes exibições e foi o herói do último jogo, na receção ao Moreirense (3-0), assinando o primeiro hat trick na I Liga.

Como está a lidar com tantos elogios?

—É bom ver as pessoas a falar de mim, porque é sinal de que estou no bom caminho e a trabalhar bem. Quando cheguei a casa, a minha família pôs-me logo os pés no chão: disseramme para estar feliz pelos três golos, mas que isso já era passado e que tenho de estar focado no próximo jogo, que é o mais importante.

Muitos jovens já estiveram em posição semelhante e acabaram por não vingar no futebol. É fundamenta­l ter os pés no chão?

—Apenas posso falar de mim e dizer que sou alguém que dá sempre tudo quando entra em campo. Mas no geral, hoje em dia, vejo os jovens que estão a aparecer e, mesmo quando os jogosnãoco­rrembem,elesnão desistem e continuam a trabalhar. Falo também da realidade que vejo aqui no Vitória e dos jovens que tentam chegar à equipa principal, que dão tudo para estar cá e para ter a sua oportunida­de.

“Lito Vidigal está sempre a dar-me na cabeça”

Voltemos ao último jogo. Quando marcou o segundo golo, pensou logo no hat trick?

—Por volta dos 80 minutos, o meu corpo já estava a acusar cansaço, com muitas cãibras,masquandof­uiaobanco, o míster Lito Vidigal disseme que eu ia continuar em campo para marcar mais um golo e deu-me forças para chegar ao hat trick. Fui feliz, depois de uma grande jogada do Rúben Micael, num lance em que só precisei de encostar, e quando cheguei ao hat trick, com todo o estádio a gritar o meu nome, quase chorei. Nunca tinha vivido nada assim, com tan- Berto tem sido uma peça fulcral no esquema utilizado por Lito Vidigal, a quem deixa muitos elogios. O avançado revelou que a hipótese de trabalhar com o técnico foi um dos motivos que o levaram a assinar pelo V. Setúbal e mostra-se satisfeito pela escolha. “Lito Vidigal tem sido muito importante para mim. Está sempre a dar-me na cabeça, mas sei que é para o meu bem. Ouço tudo o que ele me diz e sei que tem razão quando diz que não posso desaparece­r do jogo, mesmo quando estou cansado. Vou trabalhar nesse sentido e espero conseguir ser ainda mais ativo no próximo encontro”, prometeu o avançado de 22 anos.

“Lito Vidigal tem razão quando diz que não posso desaparece­r do jogo, mesmo quando estou cansado” Berto Avançado do V. Setúbal

“Lito Vidigal disse-me que eu ia continuar em campo e deu-me forças para chegar ao hat trick”

“Quando cheguei ao hat trick, com todo o estádio a gritar o meu nome, quase chorei. Foi um momento que me arrepiou”

“Seleção? É bom saber que não são apenas os jogadores dos clubes de topo que podem ter oportunida­des”

ta genteàminh­avol ta, e foi um momento que me arrepiou.

Qual foi a reação dos colegas após o jogo?

—Houve uma boa festa no final do jogo. Eles ficaram muito felizes, porque todos acreditam em mim, da mesma forma que eu acredito neles. Quando chegámos ao balneário, o ambiente foi de festa pela vitória, mas sabemos que não ganhámos mais do que aqueles três pontos. Foi um triunfo muito importante para nós e chegou num bom momento, porque andávamos a fazer bons jogos, mas os resultados não estavam a aparecer.

A influência que tem ganho na equipa leva-o a repensar os objetivos individuai­s para esta época?

—Quero chegar aos dez golos e sete assistênci­as para ganhar a minha aposta, ma soque mais quero é que o Vitória seja feliz e que os adeptos, quando a época acabar, digam que jogadores, treinadore­s, staff e todos no clube deram o seu melhor e conseguira­m uma temporada tranquila.

O V. Setúbal é um clube que se caracteriz­a também pela ligação aos adeptos. Tem sentido isso?

—Não conhecia o clube, mas agora percebo que o Vitória é enorme e percebo o porquê de as pessoas o dizerem. Os adeptosest­ão sempre do nosso lado, apoiam-nos no Bonfim e dãonos carinho quando nos veem na rua. Mesmo antes do jogo com o Moreirense, estava fora do estádio à espera do meu irmão e um senhor veio falar comigo sobre o Vitória e até me deixou arrepiado.

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