O Jogo

Ganhar ou jogar bem

- Manuel Queiroz

S em fazer nenhuma grande exibição, bem longe disso, o FC Porto vai em duas vitórias e um empate depois de ter feito já dois jogos fora. E está numa situação em que tem grandes possibilid­ades de estar na fase a eliminar, fundamenta­l para as contas do clube e para jogadores que querem aparecer na alta roda, que é de outro nível quando se chega aos oitavos de final. Ontem no Estádio Lokomotiv (ou RZD Arena), com uma equipa menos “râmbica” – se Corona jogou no lugar de Otávio, sem diferença de peso, já Óliver é peso pluma, a equipa do FC Porto teve bola (65% de posse na primeira parte, acabou com 61%), mas chegou ao terceiro golo ao seu quarto remate – uma enorme eficácia. Tal como na Luz, foi Sérgio Conceição quem desenhou o jogo: pressão alta, pisar o mais possível o meio-campo adversário, empurrálo lá para trás. A diferença é que Yuri Semin

Querer mandar no jogo com Marega como n.º9 é um problema, porque o maliano é bom no espaço largo, não nos espaços curtos em que é preciso alguma subtileza técnica

também queria isso, queria jogar em contraataq­ue e a equipa é boa nisso (cuidado para o próximo jogo). Ambos conseguira­m o que queriam, com a diferença que o FC Porto não criava oportunida­des de golo. Querer mandar no jogo com Marega como n.º 9 é um problema, porque o maliano é bom no espaço largo, não nos espaços curtos em que é preciso alguma subtileza técnica. Aboubakar faz falta. Iker Casillas foi decisivo ao defender o penálti de Manuel Fernandes, logo aos 10’, Alex Telles compensou o castigo máximo sobre Anton Miranchuk defendendo duas vezes sobre a linha aos 20’ e aos 25’. Marega – depois de ir conversar com o treinador – concretizo­u bem o penálti de Éder sobre Felipe. Nestes quinze minutos, dos 10 aos 25, ficou o jogo quase definido, porque um dos objetivos essenciais de Sérgio Conceição era marcar primeiro. A partir daí, a ter de fazer a despesa do jogo, para a equipa do velho Yuri Semin (71 anos) já era ter de subir uma grande montanha. Pior quando Herrera fez o 2-0, aos 35’. A atitude ofensiva – nem tanto a capacidade de atacar bem – permitiu ao FC Porto estar nesta posição tão favorável no Grupo D. Há os princípios, que estão lá, e há o resto, que ainda não se viu nestes três meses de época. Ainda não é tarde, ainda pode vir a tempo. Porque toda a gente sabe que é mais fácil ganhar jogando bem. Ou?

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