O Jogo

ÁGUIA OBRIGADA A IMITAR O DRAGÃO

O Benfica tem de fazer história para ir aos “oitavos” da Champions. O FC Porto, por três vezes, começou mal mas apurou-se

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Na época passada, tal como em 2008/09 e 2004/05, os nortenhos também passaram por dificuldad­es mas atalharam caminho. O Benfica, em seis arranques iguais ou piores que o atual, nunca seguiu em frente

Coma derrota de Amesterdão, na ponta final das compensaçõ­es, as águias viram a página da primeira volta da fase de grupos da Liga dos Campeões com apenas três pontos somados em nove possíveis, o que as obriga a atalhar caminho se quiserem ainda seguir para os oitavos de final. O Benfica arranca agora para a segunda fase, onde terá de receber o Ajax e o AEK, tendo pelo meio uma visita à casa do Bayern Munique, e o cenário avizinha-se difícil, mas a história tem casos de equipas que, em situação similar ou pior, conseguira­m seguir em frente, estando entre ela suma eventual inspiração: no atual formato da Liga dos Campeões, desde 2003/04, o FC Porto já partiu três vezes para a segunda metade da fase de grupos em zona de eliminação mas conseguiu recuperar.

A última vez em que os dragões partiram com apenas três pontos após os três primeiros embates da liga milionária foi na época passada, fruto de derrotas com Besiktas e Leipzig e da vitória no Mónaco. Nos jogos de retribuiçã­o, averbaram mais sete pontos, garantindo o segundo lugar no grupo. Este tipo de recuperaçã­o já fora feito pelos dragões em 2008/09 e em 2004/05. No que respeita ao Benfica, recuperaçõ­es de maus arranques na Liga dos Campeões, pelo menos ao nível ou abaixo do atual, é coisa que ainda não aconteceu neste formato. Além do ano passado, onde os encarnados somaram zero pontos em todas as seis jornadas disputadas, houve mais cinco temporadas de insucesso quando a equipa da Luz partiu para a segunda volta com três ou menos pontos. Em 2014/15 e em 2012/13, por exemplo, o Benfica só fez um ponto nas três rondas iniciais, terminando a participaç­ão, respetivam­ente, com cinco e oito pontos. Em ambas as situações, ficou fora da fase seguinte da Champions. O mesmo já sucedera em 2010/11, 2007/08 e 2006/07.

Numa visão mais alargada, há muitos e bons exemplos de que um começo aos trambolhõe­s não implica necessaria­mente um desastre no final das contas. A análise feita por O JOGO permite ver que, em quase todas as edições da Champions nos moldes atuais (ver quadro ao lado), há equipas que começam mal mas corrigem o desempenho na segunda volta. E algumas até conseguira­m a proeza de entrar nas três rondas finais com apenas um ponto e, mesmo assim, vencer os respetivos grupos: são os casos de Panathinai­kos (2008/09) e Arsenal (2003/04). Estes dois emblemas fizeram até algo mais extraordin­ário, pois venceram todos os três jogos que lhes faltavam, situação em que foram imitados por Gent (2015/16), Galatasara­y (2012/13) e Liverpool (2007/08). Ou seja, estes também são bons exemplos para a equipa de Rui Vitória tentar seguir, de forma a ainda ser capaz de apanhar o comboio dos “oitavos” da Champions.

Obstáculo extra para as águia sé a diferença de quatro pontos para os líderes Bayern e Ajax, a qual obriga a uma segunda volta... quase perfeita.

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