O Jogo

Salvador e Mendes vistos pelo inimigo

Líder bracarense não goza da simpatia de Torrinha, mas o do Vitória é apreciado por Miguel Pedro

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A isto se chama entrar em território inimigo. Os dois comentador­es aceitaram o desafio de falar sobre os presidente­s e os treinadore­s adversário­s. Neste jogo de opiniões ninguém fica a perder

Ambos esperam um jogo “muito tático, muito jogado a meio-campo”. É uma opinião que os dois assinam por baixo, mas Miguel Pedro faz questão de falar das vantagens e desvantage­ns do Braga neste dérbi: “Vem com o treinador do ano passado e estabilizo­u uma ideia de jogo, e isso é uma vantagem grande em relação ao Vitória, que tem um treinador novo e a sua ideia ainda não terá pegado muito bem. A grande desvantage­m do Braga é jogar em Guimarães, onde é extremamen­te difícil, pela equipa e pelo público. Se as coisas começam a correr bem ao Vitória, o público agiganta-se.” José joão Torrinha tem uma ideia muito própria sobre este jogo... “Normalment­e sou um bocado pessimista. Esta semana estou com um feeling que vamos ganhar. Não tem nenhum lado racional esta minha sensação. Vamos ver se o meu sexto sentido vale alguma coisa. Temos feito um campeonato atípico, tivemos aquela grande vitória no Dragão, a vitória na Madeira foi um bom tónico, e o jogo para a Taça foi encarado com muita seriedade. Vou interpreta­ndo esses sinais como positivos e, se calhar, é isso que me leva a ter este feeling.”

Aos dois comentador­es pedimos uma opinião sobre os presidente­s dos clubes adversário­s. Torrinha sobre António Salvador. “Não simpatizo nada com ele, aviso já... Reconheço que ele tem trabalho para mostrar, seria néscio se não reconheces­se. Objetivame­nte há um AS (Antes de Salvador) e haverá um DS (Depois de Salvador). Mas não gosto do estilo dele, da provocação desnecessá­ria. Prefiro mil vezes a postura do presidente do meu clube.”

Miguel Pedro sobre Júlio Mendes. “É muito fácil falar dele, porque é casado com uma das minhas melhores amigas de Guimarães. Do que conheço e do que vejo, parece-me uma pessoa ponderada. Tenho uma excelente opinião sobre ele, quer como pessoa, quer como dirigente.”

Em pé de conversa, o que pensam um e outro do treinador adversário? Torrinha sobre Abel Ferreira: “O Abel tem uma carreira ainda muito curta. Aproveitou uma oportunida­de que teve, agarrou-a muito bem. Na altura foi uma situação do género ‘ficas e depois vê-se’... Foi-se vendo e neste momento é inquestion­ável em Braga. O trabalho fala por ele. Muitas vezes a conjuntura ajuda muito. Falta perceber como é que ele é num outro ambiente”...

Miguel Pedro sobre Castro: “Luís Castro é competente. Tem mais experiênci­a do que o Abel, não sei se é o treinador que permite a uma equipa dar aquele salto que se torna necessário. O Braga tem tido treinadore­s que ajudaram a dar o salto e depois deram o salto para fora. Tenho dúvidas que Luís Castro tenha esse calibre. É bom, é competente, mas não sei se será o treinador para o Vitória dar ‘aquele’ salto...”.

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Júlio Mendes e António Salvador, os presidente­s

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