O Jogo

A DANÇA DOS BANCOS ESTÁ ADORMECIDA

Apenas pela terceira vez desde que a vitória vale três pontos (1995/96), a I Liga chega à sétima jornada sem que qualquer equipa tenha trocado de treinador

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

Há duas épocas, bateu-se o recorde de mexidas, 19, mas é impossível detetar padrões nesta estatístic­a. Ainda assim, José Pereira, da ANTF espera que seja sinal de mais paciência e ponderação

É inevitável que o cenário venha a alterar-se, mas, ao cabo de sete jornadas, todos os clubes da I Liga mantêm os treinadore­s que iniciaram a pré-época. À primeira vista, até pode parecer um dado banal, mas a ver da deéqueépre ciso recuar até à época 2002/03 para encontrara última vez em que tal aconteceu. Há tanto tempo que ainda não havia Facebook e o euro acabara de entrar em circulação. Aliás, desde que a vitória vale três pontos (1995/96), o outro exemplo só se verificou em 1998/99, conforme mostra o quadro ao lado. Também é pertinente constatar que esta (aparente) acalmia nos bancos de suplentes regista-se duas épocas depois da temporada que bateu o recorde de mudanças: 19.

Argumentar os motivos que explicam este cenário pode ser arriscado, até porque a estatístic­a torna difícil estabelece­r padrões ou tendências. No entanto, se olharmos para os treinadore­s que orientam os últimos três classifica­dos da I Liga, percebemos pelo menos uma coisa: têm crédito. José Mota guiou o Aves à conquista da Taça de Portugal, Costinha promoveu o Nacional e Pepa, pela mesma altura na época passada, também tinha o Tondela em zona de descida, mas assinou o campeonato mais tranquilo de sempre para a equipa beirã. Outra perspetiva écolocad apor José Pereira,p residente da Associação Nacional de Treinadore­s de Futebol (ANTF). “Os clubes começam a ter a consciênci­a de que entre o deve e o haver não têm tido benefícios com as trocas”, afirmou ao jornal O JOGO, sem resistir a uma brincadeir­a: “Estão a ver se acordam o diabo?” Para José Pereira ,“despedir um treinador nesta altura seria um crime” que“infelizmen­te tem acontecido”, mas talvez as coisas estejam a mudar. “Provavelme­nte as pessoas vão dando um maior benefício da dúvida”, acrescento­u, lembrando que em 34 jornadas “há muitas variações nas posições que as equipas ocupam”.

De facto, apenas três pontos separam o último do 11.º classifica­do, e, fora da zona das aflições, nenhuma equipa está marcada mente abaixo daquilo a que se propuseram para esta temporada.

AS EDIÇÕES DE 1998/99 E 2002/03 SÃO OS OUTROS CASOS E A ÉPOCA 2009/10 FOI A QUE MAIS MEXIDAS TEVE NO INÍCIO

DA PROVA

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Augusto Inácio é um dos treinadore­s que têm mais saídas com as épocas em andamento

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