“O CLIMA É MUITAS VEZES ADVERSO”
Mathieu e Bas Dost na calha
Sinais de rutura entre o líder do clube e o técnico surgiram ontem publicamente, tendo como pano de fundo a qualidade do futebol apresentado, ainda que o treinador lembre que está em “todas as provas”
José Peseiro marcou ontem uma posição em relação às palavras do presidente Frederico Varandas ao “Expresso” (ver página 26), lembrando o que fez até ao momento no clube, ao sublinhar que “está a lutar pelas quatro competições”, mas fundamentalmente deixando claro que “o clima muitas vezes é adverso” para que o técnico possa desenvolver o seu trabalho, que considera ter sido de “recuperação do clube”. Ontem viram-se sinais de rutura, que podem culminar numa eventual quebra contratual.
Frederico Varandas, ao jornal “Expresso”, disse que já fez contratações para 2019 e só dispensa treinadores e jogadores se tiver melhores alternativas em carteira. Estas decisões e contratações têm em conta as suas escolhas? O presidente conta consigo para a próxima época? —Não vou comentar a entrevista do meu presidente, do nosso presidente... Fui convidado para o Sporting, aceitei o convite com espírito de missão e muita responsabilidade, ambição, contribuí para a reabilitação e recuperação deste clube, de uma equipa. Sabemos o que tivemos de fazer, o que sofremos até agora para cumprir conjuntamente com os jogadores e pessoas que estão a trabalhar connosco. Continuamos em todas as competições, nas quatro em condições de as vencer. Os jogadores têm demonstrado união, von- tade de vencer muito grande, estamos neste caminho, nesta estrada, imbuídos da mesma ambição com que começámos, neste momento melhor porque a estabilidade é maior, com a vontade de fazer as coisas certas e bem. Até agora, todos temos uma grande capacidade de união, de trabalhar num clima que não foi muito simpático e muitas vezes é adverso, por isso a palavra que deixo aos sportinguistas é que esta união se reproduza. Como chega a equipa a este jogo, com a contestação que tem havido às suas atuações pelos adeptos? —Chegamos com vontade de vencer, recordando a todos que estamos em todas as frentes, em condições de as vencer. Contamos com o apoio
dos nossos adeptos para vencer o Boavista. Vamos ter dificuldades, não é fácil vencer qualquer jogo nesta Liga, temos noção da nossa responsabilidade. A exigência dos adeptos deixa a equipa mais nervosa ou mais empenhada? —Nunca disse que não devemos ser exigentes: quem está no Sporting tem de sentir essa exigência. Quem está neste clube maravilhoso tem noção da exigência que vem da sua história, da sua massa associativa, do futebol nacional e internacional. Se estamos no Sporting, é porque conseguimos corresponder a essa exigência. Temos pedido alguma tolerância para crescer num clube que foi reabilitado, recuperado. Acho que os adeptos a têm tido, apoiaram no último jogo frente ao Arsenal. Sentimos esse apoio, pese o desconforto por não termos vencido um jogo difícil.
“Aceitei o convite com espírito de missão. Contribuí para a reabilitação e recuperação deste clube, de uma equipa” “Trabalhámos num clima não muito simpático” “Nunca disse que não devemos ser exigentes. Se aqui estamos, é porque correspondemos” “Temos pedido alguma tolerância para crescer num clube que foi reabilitado” JOSÉ PESEIRO DIZ