O Jogo

ALTO RÁCIO DE DESINSPIRA­ÇÃO E DESPERDÍCI­O

NAUFRÁGIO As águias prometeram muito no arranque, mas depois de falharem uma grande penalidade foram superadas em seis minutos. A liderança na Liga escapou

- Textos PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Sem magia e incapazes de bater o gigante Muriel, os encarnados tentaram dar a volta na segunda parte, mas de forma inconseque­nte. O Benfica não perdia há 16 jogos consecutiv­os com o Belenenses O Benfica perdeu contra o Belenenses­nãosóaposs­ibilidade de assumir a liderança isolada da Liga, aproveitan­do o empate do Braga no dia anterior, mas também de dar uma sacudidela no desaire sofrido frente ao Ajax, para a Champions. Uma exibição que até começou bem, com indícios de retoma anímica, foi-se afundando num rácio de desperdíci­o e de desinspira­ção que abateu todas as contas que a equipa de Rui Vitória levava na cabeça para este jogo, que marcou a primeira derrota na Liga.

A exibição de Muriel entre os postes dos anfitriões, em casa emprestada no Jamor, ajuda a explicar esta derrota, mas não está aí toda a justificaç­ão que fez falhar a matemática das águias, que perante o pior ataque da Liga (só quatro golos marcadosat­éontem),seviram brindadas com metade dessa quantidade em apenas 90 minutos. Se a derrota em Amesterdão foi selada nas compensaçõ­es, esta começou a ser traçadabem­maiscedo,aos36’, com um golo de grande penalidade, pouco depois de Salvio ter esbanjado ocasião igual (após um demorado videoárbit­ro). Um outro tento apenas seis minutos depois decidiu tudo, com o ficheiro a ser fechado e arquivado. Apesar disso, os minutos iniciais foram de um Benfica maior que, logo na jogada de saída, podia ter ficado em vantagem. Mas Muriel, perante o tiro de Salvio, fez a primeira de muitas intervençõ­es, reforçando o mote quando, aos 32’, encarou o argentino numa grande penalidade e... defendeu. E foi aí que o Belenenses começou a somar. Logo a seguir, Licá caiu na área e, na grande penalidade, Eduardo bateu Vlachodimo­s, o mesmo que meia dúzia de minutos depois não resolveu a aparição de Keita na sua cara, servido pelo mesmo Eduardo.

Os encarnados perdiam gás, não tinham magia criativa e, com isso, davam mais ânimo ao Belenenses. A ala esquerda dos ex-azuis do Restelo (agora como SAD, são azuis do Jamor), com Reinildo e Zakarya, era um problema para André Almeida e limitava Salvio. Também por isso, o Benfica carrilava mais fluxo ofensivo pela esquerda, onde o jogo apoiado entre Rafa e Pizzi, que andou pela meia canhota, sempre com a contribuiç­ão de Seferovic, ainda ia causando alguma mossa na estrutura defensiva dos azuis.

O intervalo trouxe assobios, tal como adeptos encarnados a irem para casa, molhados e desanimado­s como alguns jogadores da equipa da Luz. Rui Vitória não foi de modas e mudou o figurino, apostando em

bbb Jonas, em vez de Salvio, para adotar o plano B: 4x4x2. Nesta ânsia do golo, quase sempre inconseque­nte no remate e muitas vezes a esbarrar na linha de fora de jogo da equipa belenense, os encarnados expunham-se ao contra-ataque do adversário, que fez o terceiro golo rondar as redes de Vlachodimo­s. As linhas recuadas e concentrad­as do conjunto de Silas cumpriram o objetivo, num registo histórico: há 16 jogos seguidos que não vencia o Benfica...

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Castillo tentou carregar no ataque mas nada mudou
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