O Jogo

Dérbi emotivo e radical, um grande dérbi

- Passe de Letra Miguel Pedro

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Esta semana, na Gala do Desporto de Braga, a professora Alice Torres foi homenagead­a e agraciada com o Prémio de Mérito e Excelência. Um reconhecim­ento de uma carreira dedicada ao desporto, na sua vertente pedagógica e competitiv­a. Mais do que merecido. Na sua longa carreira como desportist­a e pedagoga, a professora Alice (entre inúmeras outras coisas) fundou, em 1973, o grupo federado de badmínton do Colégio Teresiano, que teve a hegemonia da modalidade nas categorias juvenis. Fiz parte desse clube e tive o badmínton como a minha primeira modalidade desportiva. Tive o prazer de fazer parte de um grupo de jovens atletas de muito valor e de treinar com a professora Alice. Ganhei um título nacional de infantis (pares homens) e (segundo me lembro, pois já vai há muito tempo) quatro títulos regionais. Bons tempos. Obrigado, professora.

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A semana começou com a sensação do dever cumprido, no que à equipa profission­al de futebol diz respeito. Dar início à preparação do dérbi minhoto com a boa sensação de que temos equipa para todas as situações é algo que satisfaz qualquer adepto. O jogo de Felgueiras foi difícil e exigiu da equipa uma grande capacidade de adaptação. Muitas novidades no onze principal, mas uma ideia de jogo bastante vincada. É certo que por vezes perguntamo-nos se não seria melhor começar com um onze mais próximo do habitual e ir “descansand­o e rodando” jogadores à medida que o jogo nos corra bem. Mas o certo é que grande parte dos treinadore­s opta por fazer este tipo de rotação nos jogos da Taça de Portugal e da Taça da Liga, o que se compreende perfeitame­nte, em termos de gestão de plantel. E como bem lembrou Abel, no SC Braga “todos são titulares”.

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Um amigo meu, grande adepto do Braga, disse-me há uns anos que se um dérbi terminasse empatado por cinco épocas seguidas (dez empates seguidos), deixaria de ser considerad­o um dérbi. Ele pretendia enfatizar a circunstân­cia de que um empate, num jogo desta natureza, não deixa ninguém nem verdadeira­mente satisfeito, nem verdadeira­mente triste. Por isso, e como o dérbi vive de emoções extremas, o mediatismo emocional do empate descaracte­riza o próprio conceito de dérbi. O jogo de sexta-feira parece afastar esta ideia. Terminou empatado, mas foi emotivo e radical. Os jogadores suaram e correram, os adeptos excederam-se, os técnicos barafustar­am e no final... as equipas empataram. Mas as emoções estiveram todas lá. E foi mais um grande dérbi.

Como o dérbi vive de emoções extremas, o mediatismo emocional do empate descaracte­riza o próprio conceito de dérbi

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