O Jogo

“Adeptos não querem rodas, nem palminhas”

SÉRGIO CONCEIÇÃO Treinador contou uma história que o marcou em Moscovo e apontou à melhor forma de retribuir o apoio à equipa

- ANTÓNIO M. SOARES

A distância pontual para Braga e Benfica não muda nada quanto à responsabi­lidade de vencer hoje o Feirense. O treinador prometeu soluções para marcar à defesa menos batida do campeonato

Sérgio Conceição tem hoje uma ideia mais precisa da dimensão das vitórias do FC Porto e deve-a a dois adeptos que viajaram de Zurique para acompanhar a jornada europeia do clube, em Moscovo. O treinador diz que ficou marcado com a experiênci­a de quem sacrifica a vida pessoal e familiar para ver jogar o FC Porto e fez questão de partilhar a história no final da conferênci­a de Imprensa. “Queria só realçar os 46 mil adeptos já garantidos para o jogo e o acompanhar da equipa da massa adepta. Aliás, tenho um episódio que gostaria de partilhar. A seguir à vitória na Champions, na flash, já estava com o pensamento preocupado em baixar a crista e olhar para o Feirense e por isso nem consigo viver aquilo que são os momentos felizes depois de uma boa vitória. Mas antes de entrar para o avião, em Moscovo, chegaram dois rapazes dos SuperDragõ­es de Zurique, que me pediram uma foto. Entretanto, perguntei-lhe: ‘De Zurique?’ Eles confirmara­m e disseram que foi difícil. Perguntei-lhes se estavam a falar da vitória? Mas não, era da ida a Moscovo, por causa do dinheiro. Naquele momento senti uma alegria enorme por ter ganho. Mas aquelas duas pes- soas representa­vam muitas outras que têm dificuldad­e em ver o FC Porto e o seguem por todo o lado. No Dragão, é igual, há pessoas que têm dificuldad­es na vida e que por vezes sacrificam a família. Eles não me disseram, mas tenho a certeza de que sacrificar­am algo em casa para ver o FC Porto. Os adeptos não querem rodinhas, nem palminhas, bater no peito ou no coração; querem resultados! Marcou-me e aproveito para agradecer a presença dos adeptos em todo o lado.” Antes disso, Sérgio Conceição garantiu que o jogo com o Feirense ia ser encarado com o mesmo objetivo de sempre. O FC Porto pode entrar em campo com o Benfica isolado na frente. Isso acresce responsabi­lidade à

necessidad­e de vencer? —A responsabi­lidade é sempre a mesma, e é de ganhar. Neste momento é estar atrás de Braga e Benfica e ter de recuperar o nosso lugar. A defesa do Feirense é a menos batida da Europa. Prevê mais dificuldad­es para marcar? —Quando analisamos o adversário, temos os pontos fortes e as fragilidad­es. O Feirense tem uma boa organizaçã­o defensiva. É a melhor defesa do campeonato, sabe o que faz, trabalha muito e bem. Cabe-nos encontrar soluções para traduzir em golos as ações que criarmos. Tem a melhor defesa, mas também não marca há quatro jornadas... —Não tem feito muitos golos, mas tem uma dinâmica ofensiva interessan­te, com

“Os adeptos não querem rodinhas, nem palminhas, bater no peito ou no coração; querem resultados!” “Não é por jogar com mais um médio que se controla o meiocampo, nem é com dois avançados que se marcam mais golos” “Não há aqui ninguém a não querer dar tudo, todos os dias e em todos os momentos, a partir do momento em que entramos em campo” Sérgio Conceição Treinador do FC Porto

Machado, Edson, quando joga mais na frente, Sturgeon, Edinho... Vejo Tiago Silva, que tem muita qualidade na definição, e uma equipa, construída dentro das suas possibilid­ades, que começa com essa coesão defensiva. É um momento do Feirense que vamos tentar prolongar. Contra o Lokomotiv, jogou em 4x3x3, agora recupera Soares e Otávio. Isso pode mudar a dinâmica da equipa? —Cada jogo tem a sua história. Achei que, na Rússia, era a melhor forma de encarar o jogo. Amanhã [hoje] vamos ver. Importante é a dinâmica. Por vezes não é por jogar com mais um médio que se controla o meio-campo, nem é com dois avançados que se marcam mais golos.

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