RAFA NÃO FEZ DESCONTOS
ÁGUIAS ENTRARAM A PERDER E SOFRERAM ATÉ AO FIM PARA DAR A VOLTA
Rui Vitória: “Não foi a exibição que queríamos fazer”
Quim Machado: “Merecíamos pelo menos o prolongamento”
Um belo golo de Bukia e uma boa organização carregaram o Arouca frente a uma turma benfiquista, com várias alterações, muito lenta e sem rutura. Valeram Jonas e Rafa, que deu algum gás à equipa
OBenficavenceumasnãoconvenceu.Longedisso.Numjogo em que tinha grandes condições para dar novo chuto na intranquilidade e manter a sequência iniciada em Tondela, o conjunto de Rui Vitória acabou por se qualificar para os “oitavos” da Taça de Portugal já nos descontos e sem se livrar dos seus fantasmas e de novos sustos. Lançado ao intervalo, Rafa deu o triunfo, mas este Benficasofreu,emuito,parase manter em prova. Aproveitando para rodar alguns jogadores, gerindo-os a pensar na complicada e decisiva deslocação de terça-feira a Munique, para a Liga dos Campeões, Rui Vitória não esperaria certamente tamanhas dificuldades peranteumconjuntoqueocupaapenas o 14.º posto na II Liga.
Frente a um adversário do segundo escalão, o Benfica entrou dominador, naturalmente. E estruturado, pela primeiravezdeinícioestatemporada, num 4x4x2, com Jonas a fazer parceria com Seferovic e com Zivkovic e Krovinovic – o médio croata regressou à competição praticamente dez meses depois, e logo como titular! – a ocuparem os corredores, enquanto Alfa Semedo e Gabriel ficaram responsáveis pela dupla missão de cobertura defensiva e início de construção. Masapesardopoderionaposse de bola, os resultados foram... zero, pois os encarnados marcavam o seu jogo pela lentidão. Devagar, devagarinho, foi assim o futebol encarnado.
E nem isso mudou quando, na primeira jogada realmente bem organizada pelo Arouca, que ia denotando algumas dificuldades para sair a jogar, Bukia fez um grande golo, com uma trivelada a encaixar a bola no fundo da baliza de Svilar. No minuto seguinte, Seferovic podia ter empatado logo o jogo, mas faltou-lhe pontaria. Tirando essa faísca, o jogo benfiquista manteve-se numa toada morna, com a estratégia bem montada por Quim Machado a dar frutos, já que os passes das águias nunca causavam ruturas na defesa arouquense. O Benfica explorava pouco os corredores, até porque os alas procuravam zonas interiores e os laterais não eram aproveitados, enquanto o centro do terreno estava cheio. Mas numa das raras vezes em que se abriu, o Arouca foi castigado. Em zona ofensiva, a turma de Quim Machado viu a equipa da Luz lançar furioso contra-ataque que valeu o empate antes do intervalo, com o inevitável Jonas a dar maior tranquilidade.
Após a pausa, Rui Vitória substituiu Krovinovic – que apesar da qualidade técnica, poucos desequilíbrios criou, consequência também da longa paragem – por Rafa. O internacional luso ficou à direita e trouxe velocidade, enquanto Zivkovic, agora na esquerda, fez algumas combinações com Grimaldo.
O Benfica estava mais dinâmico, mas as oportunidades sérias de golo continuavam escassas. A intensidade e agressividade foi passando e o Arouca, que nunca se tinha desmontado,começouasonhar,frutodas dificuldades dos jogadores do Benfica, pressionados também pelas bancadas. E a ameaçar, também. De tal forma que se não fosse Svilar, a esta altura Rui Vitória bem podia ter outra história para contar. Fábio Fortes, por duas vezes, e Adílio estiveram muito perto de lançar o caos na Luz, mas ora a pontaria, ora o camisola 1 salvaram as águias. E foi praticamente na última jogada, numa altura em que o Arouca , sem se fechar, comoprometeraQuimMachado, deu espaços a mais, que o Benfica finalmente soprou de alívio, evitando até o prolongamento.