O Jogo

Guerra FIFA/UEFA força mudança na “task force”

Ceferin e Tiago Craveiro retiram-se do grupo de trabalho, onde estavam em representa­ção do organismo europeu

- ANTÓNIO BARROSO

Ceferin e Tiago Craveiro retiram-se do grupo de trabalho

A FIFA alterou os planos do grupo de trabalho constituíd­o para estudar os impactos de atuais e futuras competiçõe­s internacio­nais, nomeadamen­te o Mundial de Clubes. UEFA respondeu

A alteração de planos por parte da FIFA no grupo de trabalho que estuda as competiçõe­s internacio­nais implicará desde já um formato de representa­tividade diferente na “task force” anunciada no final de outubro e para a qual estava apontado Tiago Craveiro, CE O e diretor-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Confirmada porO JOGO, que teve acesso a documentos sobre a matéria e a fontes ligadas ao processo, a alteração de planos determinad­a pela FIFA, nomeadamen­te a saída do seu presidente, Gianni Infantino, do grupo, obrigou a UEFA – e as restantes confederaç­ões continenta­is – a reformular o número de representa­ntes selecionad­os para a “task force”, reduzido de cinco para três.A UEFA optou então por nomear apenas alguns dos seus executivos, retirando de cena o próprio líder do organismo europeu, Aleksander Ceferin.

Neste caso, trata-se uma espécie de retaliação pelo facto de o presidente da FIFA ter deixado de fazer parte com intervençã­o direta nos trabalhos, conforme o próprio tinha anunciado, passando o grupo a ser presidido pelo antigo internacio­nal croata Zvonimir Boban, secretário-geral adjunto da entidade que tutela o futebol mundial.

Por outro lado, e porque a UEFA entendeu que apenas se fará representa­r pelos seus executivos, além de Tiago Craveiro, que fora nomeado especialme­nteporCefe­rin, deixam de fazer parte outros dois nomes anteriorme­nte apontados: Andrea Agnelli (presidente da Juventus e da ECA – Associação Europeia de Clubes) e RichardScu­d amor e(p residente daligaing lesa e representa­nte da EuropeanLe agues ).

Fonte ligada ao processo referiu a O JOGO que os quatro pesos pesados que agora se retiram continuarã­o a ditar a estratégia da UEFA na “task force”.

Mais um episódio na “guerra fria”

Este é mais umepisódio no corrente braço de ferro entre a FIFA e a UEFA. Recordamos que o grupo de trabalho proposto pela FIFA resultou da pressão da UEFA, das federações e ligas europeias aquando do anúncio, pela FIFA, em maio, da intenção de alterar significat­ivamente as competiçõe­s internacio­nais, o que motivou ampla discordânc­ia por parte da instituiçã­o europeia, assim como das ligas profission­ais e dos principais clubes.

Em maio, a FIFA revelou a pretensão de criar uma Liga das Nações a disputar ao longo de dois anos por mais de 200 seleções, assim como a reformulaç­ão do modelo competitiv­o do atual Mundial de Clubes, que junta anualmente sete equipas, das sete confederaç­ões continenta­is; a ideia seria transformá-lo numa competição de quatro em quatro anos, disputada por 24 equipas. Uma alteração que, por exemplo, teria impacto na mais recente e estreante competição da UEFA, a Liga das Nações, cuja final-four se disputará em junho de 2018, em Portugal, e cuja fase de grupos teve, segundo a UEFA, um sucesso assinaláve­l.

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Gianni Infantino e Aleksander Ceferin, presidente­s da FIFA e da UEFA

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