O Jogo

“DIFÍCIL É MUDAR O CHIP”

Jogar a eliminar após uma paragem para as seleções deixa o treinador apreensivo. A atitude da equipa será fundamenta­l, garante, até porque há um símbolo a defender

- CARLOS GOUVEIA

O grande desafio é entrar com o mesmo andamento que a equipa tinha antes da paragem, fase em que meteu sete vitórias em sete jogos. Por isso, mais do que a estratégia, o fundamenta­l é o espírito

Sérgio Conceição está à espera de um jogo muito complicado esta noite. Não só pela qualidade do Belenenses, que o FC Porto venceu apenas nos descontos no jogo do campeonato, mas sobretudo pelo contexto deste encontro, que se segue a uma paragem competitiv­a. O treinador sabe bem do que fala: na época passada, os dragões perderam no Restelo após paragem internacio­nal, esta época começaram com um empate a Taça da Liga (com o Chaves) também nessas condições...

Já defrontou o Belenenses para a Liga. De que adversário está à espera desta vez?

—É um jogo de Taça contra uma equipa do nosso escalão com qualidade. E tem demonstrad­o isso na Liga, onde, a par de alguns grandes da Europa, ainda não perdeu fora de casa, mas estamos preparados e vamos fazer tudo para passar. É uma equipa que gosta de ter bola e de jogar a partir de trás. Tem ideias bem definidas. Dá-me a entender que, fora, dá mais atenção à sua ação defensiva e isso traduz-se nesses bons resultados fora do Jamor. Cabe-nos assumir a responsabi­lidade de ter de ganhar e de passar, porque somos o FC Porto. Queremos demonstrá-lo não só pelo símbolo que envergamos, mas sim pela atitude que vamos ter. Amanhã [hoje], mais do que qualquer estratégia, fundamenta­l vai ser esse estado de espírito.

Que tipo de gestão vai fazer? Na baliza jogará de novo Fabiano?

—Ou pode ser

o Diogo, ou o Mbaye, que treinou connosco esta semana... No primeiro jogo da Taça [frente ao Vila Real], tivemos jogadores a fazer dois jogos nas seleções e houve até quem chegasse no dia anterior e não teve oportunida­de de treinar connosco. Era um contexto diferente. Amanhã [hoje], a equipa que entrar é a equipa que eu penso que será a melhor, dentro de todos os parâmetros: a preparação, o estado dos jogadores a nível físico e a parte estratégic­a e tática do jogo Não digo a ninguém antes de dizer aos jogadores quem vai jogar. Por norma, é na palestra que dou no hotel e vai ser assim amanhã [hoje]: os 11 titulares e os sete que vão para o banco saberão aí.

É difícil mudar o chip da equipa após uma paragem longa e tendo a Champions a seguir?

—É difícil. Essa gestão e esse lado emocional dentro doba ln eárioéo mais difícil para um treinador gerir hoje em dia; treinar com qualidade há muita gente a fazer. Mas além disso, há tudo o resto que envolve uma equipa e essa gestão. Nuns momentos existem uns problemas, noutros momentos existem outros, e neste momento muita gente esteve fora, com treinadore­s, treinos e até conversas diferentes no seu dia a dia. E chegar aqui e ter logo um jogo a doer, a eliminar, contra o Belenenses... O meu trabalho e o da equipa técnica é mudar o chip e entrar com o mesmo andamento que tínhamos antes da paragem.

“Temos a responsabi­lidade de mostrar que somos o FC Porto”

Sérgio Conceição

Treinador do FC Porto

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