O Jogo

Taça cheia dá pente zero

Jogadores esperam grandes dificuldad­es em Vila do Conde, mas querem desfrutar deste momento único

- HÉLIO NASCIMENTO

André Matias, o barbeiro, Ricardo Sequeira, o professor, e Pituca, o funcionári­o da Câmara, dizem que têm um por cento de hipótese de seguir em frente na prova, mas não colocam de parte fazer uma gracinha

A esmagadora maioria dos jogadores do Silves nunca defrontou uma equipa da I Liga nem tão-pouco saiu da zona algarvia para pernoitar em vésperas de um jogo. Sucede agora, com a deslocação a Vila do Conde, depois de três eliminató rias ultra passadasna Taça de Portugal. A equipa do Distrital vive o momento e quer desfrutar da ocasião, “obrigando” mesmo o avançado André Matias, o proprietár­io da Barbearia D. Sancho, a prometer um corte à escovinha se a taça vier a encher…

“Nem vale a pena falar da dificuldad­e do jogo. Vamos para desfrutar, sabendo que temos um por cento de hipótese de seguir em frente. Mas queremos agarrar essa pequena percentage­m como se dependêsse­mos disso para viver”, comenta André Matias, 31 anos, que represento­u Farense, Portimonen­se e Olhanense, entre outros clubes, e nos quais já cortava o cabelo aos companheir­os. “Temos de acreditar que é possível fazer uma gracinha”, acrescenta Ricardo Sequeira, um médio de 22 anos que é professor de Educação Física e treina os iniciados do Silves.

Preparado para o “corte à escovinha” que Matias já ensaia, Sequeira realça que o emblema algarvio “nunca tinha alcançado uma fase destas” e por isso “é um momento de festa”, que vai levar uma centena de adeptos ao norte do país, entre um autocarro já cheio e várias viaturas particular­es prontas para a viagem. “O Rio Ave é das melhores equipas do campeonato e tem vindo a consolidar um estatuto que lhe permite discutir sempre o acesso às provas europeias”, prossegue Sequeira, corroboran­do depois as palavras de Matias e também de Pituca, que se junta à conversa, no sentido de “explorare forçaro erro deles, pelo que temos de ser solidários e perspicaze­s”.

Pituca, o mais velho (37 anos) do plantel, torce por fora, lamentando que o jogo não seja em Silves, o que seria “um prémio para os adeptos e paraosjoga­dores”. Oexperient­e médio, funcionári­o da Câmara, destaca o “entusiasmo geral” e diz que “há sempre uma pontinha de esperança, apesar da enorme diferença de potencial entre as equipas”.

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Pituca, André Matias e Ricardo Sequeira na barbearia, em Silves

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