Conceição “Nós é que éramos os tubarões”
Diversidade ofensiva foi chave para garantir os “oitavos” e consolidar a liderança de um grupo equilibrado
“O Óliver devia rematar de primeira. Ainda lhe chamei alguns nomes do banco, mas depois aplaudi-o. Nada a dizer” “Aquele penálti podia fazer abanar a nossa equipa, mas temos uma grande força anímica”
O treinador realçou a forma como a equipa sabe passar do 4x4x2 para o 4x3x3 e vice-versa e destacou ainda a força anímica do grupo para não se deixar abalar com o penálti para o 2-1...
A diversidade tática do FC Porto, que passa sem dificuldades de um 4x4x2 para um 4x3x3, foi apontada por Sérgio Conceição como aspeto decisivo para a vitória. “O FC Porto é um clube forte na Europa, estamos habituados a passar esta fase e tivemos essa felicidade nestes dois anos, mas tem a ver com o trabalho que se faz aqui todos os dias e com a ambição”, começou por dizer o técnico, antes de explicar melhor a tal variedade tática da equipa. “A cada jogo mostramos muita diversidade e maleabilidade no jogo, somos consistentes defensivamente e depois,no processo ofensivo, fica difícil para o adversário perceber como atacamos. Os jogadores passam de um 4x4x2 para um 4x3x3 sem dificuldade e isso confunde o adversário”, explicou .
A uma jornada do final da fase de grupos, o FC Porto garantiu a liderança do grupo e evita, na teoria, os adversários mais cotados. Afinal, depois de se falar de tanto equilíbrio, o tubarão do grupo estava no Dragão. “Sim, pelos vistos éramos nós”, deixou escapar, entre sorrisos. “Teoricamente podem sair adversários mais acessíveis, mas vamos ver na prática o que vai sair no sorteio”, acrescentou.
Voltando ao jogo, o treinador do FC Porto reconheceu que a equipa teve algumas dificuldades nos minutos iniciais. “Trabalhámos em função deste adversário, que não nos surpreendeu na dinâmica que pôs no jogo. Nos primeiros minutos tivemos alguma dificuldades em aplicar o que tínhamos trabalhado. Mas depois com uns acertos, com Danilo e os outros médios interiores melhorámos e criámos duas ou três situações de golo. Aliás, não me lembro de um remate do Schalke na primeira parte”, observou. “Na segunda parte, os jogadores perceberam o que estávamos a fazer. Felizmente fizemos dois golos, criámos dificuldades ao Schalke para sair, até pela pressão mais alta. Depois houve aquele penálti saído do nada, que podia fazer abanar a nossa equipa, mas temos uma força anímica grande e ainda fizemos o terceiro golo”, congratulou-se. “Foi uma vitória consistente e que mostrou a maturidade da equipa. Conseguimos chegar aos oitavos e os jogadores”, lembrou.
Quem continua sem marcar é Óliver Torres, mas Sérgio diz que não há nada a apontar-lhe, porque até serviu Éder Militão, no primeiro golo. “As chamadas bolas paradas fazem parte dessa diversidade de situações que temos. O Óliver devia rematar de primeira. Quando não o fez ainda lhe chamei alguns nomes do banco, mas depois aplaudi-o, não há nada a dizer”, voltou a sorrir, antes de terminar.