Braga fica a um passo
Rui Vitória: “Gostei dos jogadores da formação que entraram”
O nome da prova condicionou as duas equipas, muito mudadas, o que afetou o ritmo de jogo. A vencer desde cedo, as águias evitaram sobressaltos sem sofrimento e até podiam ter marcado mais golos
À procura de dias felizes, depois da tempestade que assolou o clube na semana passada, e após a goleada sofrida em Munique e que ia valendo o despedimento de Rui Vitória, o Benfica deu sequência ao triunfo sobre o Feirense com a conquista dos três pontos ante o Paços de Ferreira sem precisar de acelerar muito. Num jogo lento, sem ritmo e com poucos motivos de atração, foram os golos e o entusiasmo de João Félix que deram alguma chama à noite na Luz, que apesar da exibição a meio gás permitiu voltar a ver sorrisos entre as águias.
O golo de Seferovic logo cedo tirou dos ombros encarnados o peso da intranquilidade, permitindo que a equipa gerisse o jogo, ao comando de um miúdo que aproveitou a vaga de oportunidades concedidas por Rui Vitória para brilhar e mostrar novos argumentos para justificar as elevadas expectativas que no clube depositam nele – o golo que descansou definitivamente a equipa é exemplo disso, com um toque de artista e finalização de classe, anulando a partir daí maiores esperanças por parte do líder da II Liga. O Benfica conseguiu assim chegar ao topo do grupo, objetivo delineado por Rui Vitória e um fator importante para a deslocação ao terreno do Aves (basta o empate para seguir para a final-four), na última jornada, afastando definitivamente o adversário de ontem da prova.
Sem o peso competitivo de campeonato ou até Taça de Portugal, os dois treinadores optaram por mexer bastante nos respetivos onzes iniciais. Mas se Rui Vitória ficou-se por meia equipa, já Vítor Oliveira, tal como havia prometido, abdicou da Taça da Liga e rodou porcompletooonze,guardando as suas estrelas.
O Benfica assumiu o seu favoritismo e comandou a partida desde início com uma posse de bola esmagadora, que baixou ligeiramente após o golo de Seferovic, altura em que o Paços de Ferreira, procurando respirar, subiu no terreno, mas sempre sem conseguir criar sobressaltos no último reduto encarnado, onde curiosamente Rui Vitória optou por manter três das peças habituais (André Almeida, Rúben Dias e Jardel), procurando dar estabilidade e segurança a um sector que tem revelado grandes fragilidades esta época, visível nos muitos golos consentidos – algo que ontem evitou pelo segundo duelo consecutivo.
Com João Félix em alta, e um Alfa Semedo todo-o-terreno, a limpar atrás e até a desequilibrar na frente, o Benfica contou também com um Krovinovic pela segunda vez como titular (o técnico fez questão de mantê-lo até final mesmo desgastado, dando-lhe o máximo de minutos possíveis), mas desta feita a jogar pelo meio, na sua posição de origem. Ainda preso, fez questão de assumir o jogo, mostrando que pode ser “reforço” para janeiro. No entanto, o andamento ainda foi reduzido, razão pela qual a cortina defensiva pacense até se salvou de grandes problemas, algo que até mudou no segundo tempo, quando Vítor Oliveira arriscou algo mais, lançando Pedrinho e Uilton, que entraram bem. O Paços de Ferreira melhorou, obrigando as águias a mais cuidados defensivos, mas curiosamente, e mesmo acabando por não consentir mais golos, permitiu maiores veleidades ao Benfica até por culpa própria. Os castores falharam várias vezes em zona de construção mais recuada, perdendo a bola e permitindo ataques rápidos ao conjunto encarnado, que falhou, porém, na finalização.