Há menos jogadores nacionais nas Ligas
Sindicato dos Jogadores analisou a primeira volta e concluiu que se acentuou a diminuição de portugueses pelo terceiro ano consecutivo
V. Setúbal foi o clube que mais contrariou essa tendência, seguido de Tondela e Braga; FC Porto é o emblema que, em média, menos portugueses utilizou nos jogos já disputados
O número de jogadores portugueses utilizados na primeira volta das competições profissionais diminuiu pelo terceiro ano consecutivo, isto segundo um estudo efetuado pelo Sindicato dos Jogadores (SJ) a propósito de nacionalidades e escalões etários nas provas oficiais. O número de estrangeiros utilizados na I Liga subiu 6% em comparação com o ano anterior, registando-se agora um fosso mais acentuado: houve 63% de estrangeiros e 37% de portugueses nos jogos da primeira volta, de acordo com o balanço publicado. O V. Setúbal foi o clube que mais contrariou essa tendência, registando, em média, uma supremacia nacional nas utilizações, seguido de Tondela e Braga; no campo oposto está o FC Porto, emblema que menos recorre a jogadores portugueses (ver quadro).
Joaquim Evangelista, presidente do SJ, desdramatizou as conclusões. “Não temos uma visão alarmista do modelo de negócio, que significa também a subsistência e o reforço da competitividade das equipas que nela participam. Trata-se da competição profissional por excelência, aquela onde verdadeiramente é necessário priorizar os resultados e garantir competitividade no plano interno e internacional”, vincou.
Evangelista é, no entanto, maiscríticocomaIILiga,onde, apesar de 51% dos utilizados serem portugueses, também se registou uma diminuição de jogadores nacionais, confirmando-se a tendência dos últimos anos: “Subverteu-se aquele que devia ser um patamar intermédio, em que os maiores talentos do futebol português pudessem ter espaço competitivo, de modo a estarem preparados para ingres- sar no principal escalão.” O Penafiel é o que mais portugueses utiliza, seguido do Mafra. Paços, Famalicão e Ac. Viseu estão no polo oposto.
Em relação aos escalões etários, a faixa entre os 24 e os 28 anos é a mais recorrente. Mas importa sublinhar um decréscimo de jogadores sub-23. A criação de uma liga própria pode estar na base desse registo, e o presidente do SJ considera que a Liga Revelação foi uma boa ideia. “Esses jovens podem hoje ter um espaço competitivo que os valorize e mantenha a expectativa de poderem evoluir e chegar às competições profissionais”, sublinhou.