“INFLUÊNCIA EXTERNA OU INCOMPETÊNCIA”
Salvador aponta duas hipóteses para os “erros de arbitragem”: há “elementos infiltrados no sector” ou “incompetência” do CA da FPF
O Braga enviou ontem uma exposição ao CA da FPF com duras críticas às arbitragens, que, na opinião de Salvador, “impediram o clube de discutir a conquista de três troféus” esta temporada
António Salvador cumpriu com a promessa da véspera e enviou durante o dia de ontem uma exposição – a que o O JOGO teve acesso – a José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol( FPF ), na qual enumerou os“erros de arbitragem” que “são suscetíveis de desvirtuar a verdade desportiva” e que, na sua opinião, impediram o Braga de “discutir a conquista de três títulos” esta temporada: campeonato, Taça de Portugal e Taça da Liga.
À boleia da última partida com o FC Porto, em que o presidente arsenalista deixou duras críticas ao trabalho realizado pela equipa de arbitragem liderada por Manuel Mota – “Há criminosos infiltrados no futebol e na arbitragem”, disse –, José Fontelas Gomes pediu “indícios ou provas” para essas acusações, tendo António Salvador exigido agora saber, através da missiva enviada ontem ao líder do CA da FPF, “se os erros persistentes” dos árbitros se “devemà influênci ade agentes externosin filtrados entre os centros de poder” do futebol português ,“conformes e aventou a propósito de uma declaração da eurodeputada Ana Gomes”. “De resto, a consideração de tal hipótese parecenos obrigatória e até necessária, já que a eventual exclusão de qualquer influência terceira nas péssimas arbitragens que temos verificado ao longo da época só pode resultar num atestado de incompetência ao C A, tanto mais estranho quantos e verifica acrescente profissionalização do sector. Nesse cenário, restaria a o CA a assunção de culpas pelos erros persistentes e reiterados, exigindo-se público reconhecimento com o intuito de recuperar a credibilidade do sector ”, Salvador, que espera ver Fontelas Gomes a “tomar as medidas necessárias” para se saber se há ou não “interferências externas acondicionar o sector ”.
Nesse sentido, o Braga sente que foi prejudicado “nos momentos críticos e decisivos da
“A eventual exclusão de qualquer influência terceira nas péssimas arbitragens que temos verificado ao longo da época só pode resultar num atestado de incompetência ao CA”
SC Braga
Exposição enviada ao CA da FPF
temporada”, referindo-se concretamente às partidas com o Sporting, da meia-final da Taça da Liga, e às recentes receções ao FC Porto para campeonato e Taça de Portugal. “Dos momentos elencados nos três jogos referidos, todos eles de enorme importância para as aspirações do Braga no campeonato e nas Taças, resulta a certeza de que o clube foi impedido de discutir a conquista dos três troféus em causa”, acrescenta a exposição enviada a Fontelas Gomes, na qual são detalhados (com imagens) oito lances que, no entender dos responsáveis minhotos, foram mal avaliados pelos árbitros.
Os supostos “erros de arbitragem” apontados pelos arsenalistas, e que aparecem detalhados no cimo desta página, mereceram a análise de vários especialistas nos três jornais desportivos nacionais, que O JOGO tratou agora de comparar; curiosamente, só um desses lances mereceu unanimidade e até vai contra as pretensões do clube minhoto – no caso, o penálti bem assinalado por falta de Claudemir sobre Militão, aos 66 minutos do jogo entre o Braga e o FC Porto para o campeonato. Nos restantes sete lances destacados pelo clube, as opiniões dividem-se entre os vários especialistas em arbitragem.