O Jogo

“UM GOLO DE CADA UM ESTÁ BOM”

Nilza, mãe de André Clóvis (Leixões) e Anderson (Famalicão), sofre à distância, a dias do confronto entre ambos

- CLÁUDIA OLIVEIRA ANTÓNIO S. FONSECA

Trocaram a quadra de futsal pelo campo de futebol já perto dos 18 anos, num percurso desportivo lado a lado. Os manos “Dré” e “Dandi” experiment­am uma situação nova no domingo

Não há coração como o de mãe, não há quem sofra como a mãe. Pelo menos, é o que o senso comum diz. Também é o que sente Nilza Silva, mãe de André Clóvis (Leixões) e Anderson (Famalicão). Os dois irmãos, gémeos, começaram por jogar futsal e fizeram todo o percurso desportivo juntos, mas este domingo vão entrar em campo com camisolas rivais e os dois não podem vencer.

“Espero o empenho dos dois ao máximo. Estou a torcer por ambos, um golo de cada um está bom para mim. Vou assistir ao jogo com o coração nas mãos. Estou a preparar-me, com muito chá de erva cidreira... ajuda e acalma”, assume a mãedosavan­çados, queesteve em Portugal até ao passado dia 16 e conta voltar em breve.

Alunos “aplicados” conseguira­m mesmo uma bolsa de estudos que pagava a “100% as despesas de um dos melhores colégios brasileiro­s”, sempre aliando os estudos ao desporto. Antes dos 18 anos, no Guaratingu­etá, passaram do futsal para o futebol e rapidament­e chegaram às provas portuguesa­s. Primeiro veio “Dandi” (Anderson), em 2017/18, que relatou a “diferença de tratamento e incentivou o irmão” a vir para Portugal. Depois veio “Dré” (André Clóvis), na parte final dessa mesma época. Com a transferên­cia de “Dré” de Portimão para o Leixões, os gémeos ficaram mais próximos. “Quando estou em Portugal, fico na casa do Anderson em Famalicão. Depois fazemos a viagem de carro e juntamonos depois dos jogos e nas folgas”, conta Nilza. Anderson é mais “risonho”, assume a mãe, e André mais sério. Mas, apesar de “o Dré não gostar de perder de jeito nenhum”, Nilza confia que,nofinaldoL­eixões-Famalicão, os irmãos “não vão ficar chateados e vão juntar-se”. “A rivalidade”, diz, “é em campo e não fora”.

“O Anderson falava da diferença de tratamento e incentivou o irmão a ir. Também amei e volto a Portugal em setembro”

“Vou assistir ao jogo com o coração nas mãos. Estou a prepararme, com muito chá de erva cidreira... ajuda e acalma”

“O Dré [André Clóvis] é mais sério, não gostar de perder de jeito nenhum. O Anderson é mais risonho”

Nilza Silva

Mãe de André Clóvis e Anderson

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Nilza Silva ladeada pelos gémeos Anderson e André Clóvis

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