O Jogo

Estabilida­de chegou a tempo do centenário

Algarvios encontram-se a festejar os 100 anos numa altura em que cresce o entusiasmo dos jovens à volta de um projeto que recuperou o clube e que dá agora garantias para o futuro

- HÉLIO NASCIMENTO

“Temos receitas fixas e não há dívidas, o que permite abrir cada vez mais as portas aos jovens”

“O sentimento é forte, inclusive porque se nota um maior entusiasmo dos adeptos e da população”

Tiago Leal

Presidente do Silves

A edificação de um posto de combustíve­is e a reconversã­o da sede numa unidade de alojamento local são fontes de receita para juntar às já existentes, que permitem gerir o dia a dia com relativo desafogo

“É um motivo de orgulho, sobretudo numa fase em que as estruturas se valorizam e o Silves está cada vez mais enraizado na sociedade”, afirma Tiago Leal, o presidente do clube, a O JOGO, assinaland­o os cem anos do popular clube algarvio. “Passámos por momentos bons e menos bons, é verdade, mas o sentimento é forte, inclusive porque se nota um maior entusiasmo dos adeptos e da população”, adianta o líder, há seis anos no cargo, precisamen­te desde a fase em que o Silves passou por sérias dificuldad­es, coincidind­o com o tornado que, em novembro de 2012, danificou seriamente as instalaçõe­s.

“Com o património em risco e algumas dívidas acumuladas, foi preciso reverter toda a situação. Conseguimo­s estabiliza­r, aos poucos, e agora podemos dizer que temos receitas fixas e não há dívidas, o que permite gerir o dia a dia com relativa tranquilid­ade e abrir mais as portas aos jovens”, prossegue Tiago Leal, dando conta de que o Silves tem 400 atletas e uma série de projetos em marcha, nomeadamen­te a reconversã­o da sede numa unidade de alojamento local e a edificação de um posto de combustíve­is. As receitas próprias estendem-se ainda à loja do clube, aos dois cafés alugados e a um centro de estudos.

A equipa de futebol milita no Distrital da AF Algarve e “decorrem contactos na procura de um parceiro certo que possibilit­e uma estrutura mais robusta”, rumo a outros voos. O Silves já se sagrou campeão nacional da III Divisão e hoje, além do futebol, tem futsal, karaté e várias atividades de ginásio. “Acima de tudo, queremos acautelar os interesses do clube”, vinca Tiago Leal, recordando o sintético e a cobertura da bancada central, os primeiros melhoramen­tos efetuados e concluídos quase um ano após o tornado.

Historiand­o um pouco, o Estádio Francisco Vieira sofreu na ocasião avultados danos, perdendo a cobertura metálica e parte do muro exterior, ao mesmo tempo que o pavilhão ficou sem telhas de cobertura. Os dois pelados municipais, onde evoluíam as camadas jovens, ficaram igualmente impraticáv­eis, o que obrigou a um esforço hercúleo das gentes de Silves. Houve auxílios, inclusive através da FPF, e alguma solidaried­ade (um concerto e um jogo de futebol), mas nada disso apaga este “renascer quase do zero”, o que aumenta o orgulho daqueles que hoje comemoram o centenário e que se revêm no emblema – desenho do pintor algarvio Samora Barros –, com a forma de um escudo branco orlado a preto, tendo como símbolo o castelo e, ao centro, umas linhas sinuosas tal qual as águas do rio Arade.

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Depois da destruição - tornado de 2012 -, o Silves entrou numa fase de cresciment­o
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