O Jogo

“Os nossos milhões são o rendimento diário” SÉRGIO CONCEIÇÃO

Treinador do FC Porto destaca o poderio do Liverpool, mas acredita que, mantendo o ADN do clube, é possível ganhar em Anfield e dar um passo firme rumo às meias-finais da Champions

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Conceição comentou as ausências de Pepe, Herrera e de outros jogadores que não estão inscritos na UEFA, mas garantiu que isso não fará com que a abordagem ao jogo de hoje seja diferente

A goleada (5-0) sofrida no Dragão, na época transata, faz parte do passado e Sérgio Conceição até acredita que é possível ganhar hoje, em Anfield.

Sem Herrera, de que forma olha para este Liverpool?

—É importante saber em que contexto competitiv­o está inserido. O Liverpool joga num nível muito alto, todas as semanas tem desafios de altíssimo nível, enquanto nós, sem desprimor para as nossas equipas, não é bem assim. A verdade é essa. Igualamos a tal intensidad­e e agressivid­ade no jogo, porque faz parte do nosso ADN. Associado a isso tenho a estratégia para o jogo, que também tem a ver com essas ausências. Não é só a ausência do Herrera que é importante. É também a do Pepe e de outros jogadores que não estão inscritos nas competiçõe­s europeias. Isto faz com que, percebendo o poderio do adversário, percebendo algumas ausências e percebendo que estamos no primeiro jogo dos quartos de final, temos de ser inteligent­es e criativos. Depois, se joga A, B ou C ao lado do Danilo, a dinâmica da equi

pa é que é importante.

Espera vingar-se do Liverpool, depois da goleada sofrida na época passada?

—Têm feito constantem­ente esta pergunta, mas não há vingança nenhuma; há um jogo de futebol. Todos os jogos têm histórias diferentes e temos de perceber que nenhum resultado pode mudar o nosso rumo. O que se passou no ano passado foi no ano passado. Ponto. Não fizemos algumas coisas que devíamos ter feito e o adversário foi muito eficaz. Nãohávinga­nça,háolharpar­a o Liverpool, que nesta temporada, em 16 jogos neste estádio, empatou dois, contra o [Manchester] City e Leicester. No ano passado, foi finalista da Liga dos Campeões. Sabemos todo o poderio e todos esses milhões – uma diferença grande –, mas os nossos milhões são o rendimento diário, o trabalho, as nossas caracterís­ticas em função de cada jogo. O valor das equipas não se mede por aí; mede-se pelo trabalho. O Militão, por exemplo, chegou por uma verba e agora é vendido por outra muito superior. A Liga dos Campeões supervalor­iza os jogadores.Temos de aproveitar as oportunida­des e estes desafios fantástico­s de estar nas oito melhores equipas do mundo. Temos de desfrutar.

Que jogo sonha em Liverpool?

—Não sonho. Penso que é possível ganhar aqui. Preparamos o jogo nesse sentido e é nisso que vamos trabalhar. Trabalhar muito, perceber o que queremos neste jogo, passar por diferentes momentos, sem bola, a sermos pressionad­os, transições difíceis de travar, tentar ter equilíbrio. Ter atenção a estas transições ataque-defesa, porque é importante que nesses momentos percebamos o que temos de fazer de acordo com a identidade da equipa. E acho que vamos ter um bom resultado.

FC Porto e Barcelona são as únicas equipas que podem vencer Champions, campeonato e taça. Onde está a chave do sucesso?

—A chave para isso? Passo a passo, sim. Jogo a jogo e muito trabalho. Nas provas internas estamos a lutar pelo campeonato, estamos na final da Taça de Portugal e na Liga dos Campeões e estamos nos quartos de final. É fruto de muito trabalho e empenho de toda a gente. Sinto-me um felizardo por representa­r o clube que tanto me diz. Tive a oportunida­de, como jogador, de ganhar vários títulos. Agora, como treinador, já ganhei um bocadinho e espero ganhar mais neste e nos próximos anos.

“Não sonho; penso que é possível ganhar em Liverpool. Preparamos o jogo nesse sentido” “Não é só a ausência do Herrera que é importante. É também a do Pepe e de outros jogadores que não estão inscritos” “Temos de aproveitar as oportunida­des, estes desafios fantástico­s, de estar nas oito melhores equipas do mundo”

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