ALÍVIO PARA O JANTAR
O Boavista ganhou terreno para quase todos os emblemas que lutam pela permanência, ao vencer sem discussão um Moreirense que entrou no jogo demasiado tarde Uma jornada depois de dar alento ao Chaves, o Moreirense foi ajudar o Boavista a resolver a angústi
Se esperar até domingo à noite não fez bem à expectativa de novo recorde de assistência – baixou dos 16 mil para os 12 mil, não é drama –, foi, contudo, um bom tónico para o Boavista: adormeceu o Moreirense, embalado pela confirmação do sexto lugar e, dos quatro adversários que tem abaixo na classificação, só o Chaves venceu (mas, esse é um problema, sobretudo, para o Tondela). Havia quatro pontos a ganhar para a zona de aflição e Lito Vidigal investiu tudo nisso. Sem o lateral-esquerdo Talocha, o treinador preferiu chamar Carraça e estender até ao outro flanco este lateral-direito adaptado, para não ter de recuar Gustavo Sauer. Decisão acertada, porque com ele na direita do ataque e Mateus na esquerda não houve paz para o Moreirense. De nada valeu a Ivo Vieira o recurso a três centrais. Pelo contrário, cedo se viu que abrir espaços até à área não era difícil e a ausência de ligação no ataque tornou inofensiva a sensação da prova. Com tudo a ganhar e terreno para pressionar, o Boavista carregou pela direita, de onde Rafael Costa atirou à barra, num livre, aos 24’, que fez o Bessa acordar para uma descarga da tal energia positiva que Lito Vidigal tanto pede – talvez com razão, porque dois minutos depois já se gritava golo, num canto de Sauer com desvio de Rafael Costa para o cabeceamento de Obiora.
Ivo Vieira não tardou a abdicar de um central para juntar Heriberto ao ataque, mas foi para o intervalo sem criar perigo. Foi preciso chamar Nenê para, na segunda parte, acabar a paz para a defesa da casa. Não deixar o Moreirense ter a bola passou a ser uma obsessão, plenamente justificada por Chiquinho. No entanto, essa era apenas parte da tarefa: havia que cavar a vantagem. Sauer sacudiu essa e outras angústias com um remate ao ferro para a recarga de Yusupha e o 2-0.
No fôlego seguinte, num livre, Bueno ofereceu o 3-0 a Falcone e deixou de haver discussão, apesar de Halliche reduzir, nos descontos, a lembrar a eficácia que fez a história deste Moreirense quase europeu.