O Jogo

Ajax-Tottenham

APOSTA Castigo de Herrera devolve o médio espanhol ao onze. Jogo no Nacional tem vista para uma dupla com Danilo em 2019/20

- ANDRÉ MORAIS

O médio não desiste de se impor no FC Porto, acreditand­o que o pior já lá vai e que a próxima época fará dele o indiscutív­el que em determinad­a fase desta época já foi. Processo de evolução foi longo...

À 33.ª jornada do campeonato, Herrera vai finalmente folgar. Utilizado nos 32 jogos anteriores (tem 51 no somatório de todas as provas, tantos como Corona, e os dois são os portistas que participar­am em mais jogos), o mexicano viu o quinto cartão amarelo contra o Aves e abre a porta do onze a Óliver Torres, que em determinad­a fase da época até foi primeira opção com muita frequência. Para o espanhol, esta é uma excelente oportunida­de de capitaliza­r o crescendo de confiança em 2018/19, por comparação com 2017/18 e mostrar-se também com o foco já em 2019/20. É que o capitão está de saída (o Atlético de Madrid é a hipótese mais provável) e Conceição costuma dar prioridade a quem conhece na hora da substituiç­ão. Aconteceu com Maxi Pereira, por exemplo, após a transferên­cia de Ricardo Pereira para o Leicester. E Óliver não é só um conhecido, mas antes um jogador que não começou bem com o treinador mas soube ouvir, esperar, evoluir e formatar-se à medida de Conceição. Continuam a faltar golos, mas já lá vamos...

Óliver tem contrato até 2021 e não desiste de se tornar uma figura do FC Porto. O espanhol foi uma das revelações de 2014/15, primeira época de Lopetegui, então com apenas 20 anos de idade. Foi por isso que o Atlético de Madrid o recuperoud­eempréstim­oeoFC Porto se dispôs a pagar 20 milhões de euros pelo passe e fazer dele o jogador mais caro da história do clube, a par de Imbula. Mas nem com Nuno Espírito Santo nem com Sérgio Conceição o médio espanhol voltou a ser o mesmo. Fonte próxima do jogador garante que a mudança do 4x3x3, com bola, de Lopetegui para o 4x4x2 de Nuno e, depois, Sérgio não foi fácil de assimilar, em primeira instância porque o jogador sempre preferiu receber e tocar a funcionar como muro defensivo e, em poucos segundos, ter de aparecer próximo da área do adversário.

O processo de mudança foi prolongado. Até porque apesar de desenhos idênticos, Nuno e Conceição têm ideias muito diferentes. A travessia do deserto em 2017/18 foi o tempo necessário à evolução. E a mesma fonte garante que Óliver nunca pensou desistir nem mudar de clube, e muito menos agora, que se sente a um pequeno passo de assumir de vez as rédeas do meio-campo. A saída de Herrera é uma espécie de carta-convite nesse sentido e o jogo da Madeira, com o Nacional, um ensaio geral, ainda que os dois últimos

Danilo e Óliver Torres só foram titulares em simultâneo em 11 dos 54 jogos do FC Porto esta época. E muitas vezes num meiocampo a três

jogos da temporada (Sporting para a Liga e depois para a Taça) devam devolver o mexicano ao onze. Com Danilo formará aquela que é, à distância, a hipótese de dupla mais provável na próxima temporada. E o tempo é de estreitar relacionam­ento em campo, uma vez que só 11 vezes coexistira­m no onze titular em 2018&19. Diferentes construçõe­s, o mesmo impacto Mesmo que um seja alternativ­a direta ao outro, Óliver e Herrera são jogadores muito diferentes (ler mais na coluna ao lado direito), a começar pelos golos marcados. Herrera já celebrou 34 vezes vestido à FC Porto, Óliver apenas 11, sete delas logo na época de estreia. Com o mexicano, a equipa fica mais sólida do ponto de vista defensivo, mais dura nos duelos e eficaz na definição. Óliver acrescenta qualidade na distribuiç­ão e imprevisib­ilidade na mesma. Com ele, o FC Porto joga mais longo, mais profundo e varia mais a forma de atacar. Na relação entre ganho e perda, os resultados não sabem para quem pender: o FC Porto de Óliver a titular ganhou 74% dos 23 jogos em causa, o de Herrera ganhou... 74% dos 47 jogos de que se fala. Em matéria de golos marcados, ambos “marcam” 2,3 golos por jogo e só nos sofridos há alguma diferença, com ganho para Óliver: 0,65 contra 0,85 quando joga Herrera.

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