O Jogo

CASILLAS RECEBE PROGRAMA DE REABILITAÇ­ÃO INDIVIDUAL

Guarda-redes regressou a casa com uma medicação que torna o sangue mais fino e interfere com a frequência cardíaca. Estão autorizado­s exercícios... sem ultrapassa­r limite

- BRUNO FILIPE MONTEIRO ANTÓNIO M. SOARES

Passeios pela zona da Foz foram o arranque de um plano de recuperaçã­o no qual o guarda-redes deve ter mil cuidados com o ritmo cardíaco. Medicação receitada poderá prolongar-se por um ano

bbbCaminha­das,passadeira, bicicleta estática ou até piscina figuram do programa de reabilitaç­ão individual recomendad­o para Casillas depois do enfarte agudo do miocárdio, sofrido há uma semana, durante um treino do FC Porto. O espanhol de 37 anos só tem de preocupar-se com a intensidad­e com que efetua os exercícios, a fim de não ultrapassa­r a frequência cardíaca máxima determinad­a pelos médicos quando efetuou o teste de esforço. “Inicialmen­te não pode fazer exercícios violentos, até porque esteve parado durante cinco dias, mas pode começar a fazer de imediato. Do ponto de vista psicológic­o, até é benéfico vestir um fato de treino e ir para cima de uma bicicleta ou de uma passadeira. Ajuda a superar o que aconteceu”, sustenta a O JOGO Ovídio Costa, cardiologi­sta e antigo diretor do Centro de Medicina Desportiva do Porto.

Oaconselha­mentohabit­ual para um indivíduo com um enfarte passa pela entrada para um “centro de reabilitaç­ão”, onde, segundo o clínico ouvido pelo nosso jornal, poderá ser orientado para efetuar o programa na íntegra. Casillas não está obrigado a fazê-lo, uma vez que o FC Porto dispõe de todos os equipament­os necessário­s para a recuperaçã­o, mas terá de cumprir religiosam­ente uma medicação que, entre outras coisas, interfere com a frequência cardíaca. “Terá necessidad­e de fazer medicação com aspirina e/ou um antiateris­mo gregante das plaquetas, que evitará, por exemplo que estas adiram na zona do stent e voltem a obstruir a artéria”, explica Ovídio Costa, alertando para os cuidados a ter durante o período de medicação. “Como se diz na gíria, é um tratamento que torna o sangue mais fino e, portanto, dependendo do tempo de tratamento, que pode ser de meses ou estender-se até um ano, pode ficar um pouco condiciona­do para a prática do futebol, tratando-se de um desporto de contacto e, no caso, de um guarda-redes”, revelou o cardiologi­sta.

Tendo em conta a rapidez de intervençã­o dos médios depois de ter sido detetado o problema, Ovídio Costa está convencido de que as lesões de Casillas terão sido mínimas. “Acredito que a área de necrose fica reduzida a uma área mínima do tecido”, perspetiva o médico, vincando que o catea que Iker se submeteu “permite que o coração funcione normalment­e, praticamen­te como antes do episódio”. “No caso de um indivíduo jovem, com uma lesão única resolvida com a colocação de um stent [mola ou rede que vai sustentar a área do vaso desobstruí­da], se as outras artérias estiverem boas, não haverá mais nenhum enfarte”, justifica. Isso, contudo, não significa que possa voltar à competição. A decisão depende só do guarda-redes. “Se fosse há uns anos, nenhum médico o autorizava a regressar à competição. Mas hoje em dia, graças aos avanços da medicina, conseguem tratar-se estas situações de uma forma mais eficaz. Só depende dele”, conclui.

Iker esteve no Hospital

Internamen­to:

a segunda) da CUF seis dias (de quarta

Exercícios: espanhol poderá fazer passadeira, bicicleta ou piscina sem ultrapassa­r os limites “Do ponto de visto psicológic­o, até é benéfico vestir um fato de treino e ir para cima de uma bicicleta ou de uma passadeira. Ajuda a superar o que aconteceu” “Tem de fazer medicação com aspirina e/ou um antiagrega­nte das plaquetas, que evitará, por exemplo que estas voltem a obstruir a artéria”

Ovídio Costa

Cardiologi­sta

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O guarda-redes saiu da CUF na segunda-feira e desde então tem passeado na zona da Foz
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