GRANDES NOTÍCIAS E notícias terríveis
extraordinário, não é? Reviravoltas nos “quartos” e nas meias-finais. Equipas de segunda linha disputando o trono europeu (que no fundo é o trono mundial). Heróis inesperados. Emoção até aos últimos segundos. Gostaram? Ainda bem. Guardem na memória. Vai acabar. Seja que modelo for este que a UEFA está a preparar, vai mudar tudo. Desde logo, “outsiders” lutando pelo cetro continental, nunca mais. Já aqui escrevi sobre como os campeonatos nacionais definharão e nenhum futebol, além dessa nova NBA (chamemos-lhe assim), interessará. A qualificação do Tottenham para a decisão da Champions, a partir daqui impossível, lembra-nos de mais uma perda ainda. E a minha surpresa é que estejam nisto, aparentemente, tanto a Associação de Clubes Europeus (ECA) como a própria Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL). Esta talvez se deva compreender: desesperada, tenta integrar o processo – de acordo com aquele velho princípio de “O Padrinho” segundo o qual “devemos conservar os amigos por perto e os inimigos mais por perto ainda”–, mas cedo descobrirá de que foi usada. Agora, a ECA? Sim, isto nasce de uma manobra de pressão da ECA. Mas a ECA, um triunfo do capitalismo, parece desconhecer os mais básicos princípios da sua própria filosofia. O que achará a ECA que a UEFA planeia depois de executado este “takeover” sobre o futebol da EPFL? A que bolso pensa a ECA que ela irá a seguir? Ou julgará que o impulso imperialista acabará aí? Perdoem-me a linguagem: nunca fui comunista. Mas alguém tem de usá-la neste momento. Não dou dez anos até que essa nova supercompetição esteja a ser disputada “de facto” por dois ou três clubes, como acontece até nos melhores campeonatos, ficando todos os outros a fazer número. Que bonito será, não?