O Jogo

Coração interrompe carreira de Zé Campos

Zé Campos foi dos primeiros reforços a ser anunciado pelo clube, mas um problema cardíaco obrigou-o a parar a carreira

- CLÁUDIA OLIVEIRA

Médio fez uma boa época no Mirandês e contava, com a ida para o clube de S. João da Madeira, confirmar o seu talento e poder mostrar-se aos clubes profission­ais. Agarra-se à esperança de voltar

Tem 25 anos, joga futebol desde sempre – fez formação nas camadas jovens de um clube francês –, subindo patamares com o sonho de chegar aos profission­ais. Em julho, o sonho estremeceu e obrigou Zé Campos a parar de jogar futebol: foi-lhe diagnostic­ado um bloqueio cardíaco. “Estava focado em fazer uma boa época na Sanjoanens­e para tentar dar o salto para os profission­ais. Ainda por cima depois da época que fiz no Mirandês (11 golos em34jogos).Napré-épocacostu­mo fazer exames de rotina e foi-me logo detetado um problema. O médico disse-me que tinha um bloqueio AV 1.º grau e que tinha de deixar a prática defutebol.Marcou-meconsulta para dois médicos profission­ais de desporto, para repetir exames, mas o resultado foi o mesmo”, conta Zé Campos a O JOGO, sem, contudo, perder a esperança. “O médico diz que é normal acontecer a quem joga futebol e que pode desaparece­r. Em novembro, vou fazer outros exames para ver como estou ”, avança. Se os resultados forem os melhores... “Sim, se puder vou voltar a jogar. Não consigo estar sem jogar ”, confia o médio-ofensivo, a trabalhar num armazém, na Maia. Da parte da San joanense tem recebido apoio incondicio­nal e mensagens do grupo que lhe dão força. “Os jogadores mandam-me mensagens de apoio e por estarem à minha espera, para os tentar ajudar na caminhada”.

Zé Campos sabe que não é caso único, aliás, o primeiro caso que lhe referiram foi de Koneh – transferid­o no final de 2017/18 do Lourosa para o Boavista –, a quem um problema cardíaco quase obrigou a pôr fim à carreira. “Lia as notícias e ficava sempre com esperança de nunca me tocar a mim. E agora tenho esperança de voltar a jogar”, relata o atleta. Passado cerca de um mês do diagnóstic­o, Zé Campos já consegue falar no assunto. “Na primeira semana, nem o telefone atendia”. Independen­temente da divisão em que se esteja, assegura, “ninguém que goste de futebol se prepara para esta notícia”.

“Na primeira semana nem o telefone atendia. Ninguém que goste de futebol se prepara para esta notícia”

Zé Campos

Jogador

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Problema de saúde não desanima Zé Campos

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